10 itens explicam polêmica sobre a embaixada dos EUA em Jerusalém

A abertura da embaixada americana em Jerusalém pelo governo de Donald Trump reverte quase sete décadas de política externa americana. Aliados e rivais dos Estados Unidos criticaram a decisão -a maioria dos países mantêm suas embaixadas em Tel Aviv e entende que Jerusalém não deve ser reconhecida como capital até que o status final da cidade seja decidido em acordo de paz entre israelenses e palestinos. Apenas a Guatemala e o Paraguai seguiram os EUA e anunciaram que também vão mudar suas embaixadas para Jerusalém.
Em dez perguntas, entenda por que a mudança da embaixada dos EUA é polêmica.
1) De quem é Jerusalém?
A cidade está sob controle de Israel desde a Guerra dos Seis Dias (1967), mas na prática é dividida entre lado ocidental, que tem maioria judaica e abriga o Parlamento israelense, e oriental, de maioria árabe, reivindicado pelos palestinos (a Autoridade Nacional Palestina está em Ramallah, Cisjordânia).
2) O que se reivindica?
Israel afirma que Jerusalém é sua capital única e indivisível, recorrendo a episódios históricos; os palestinos pleiteiam que Jerusalém Oriental seja a capital de seu futuro Estado, também alegando razões históricas.
3) O que diz o mundo?
A ONU determinou, em 1947, que Jerusalém fosse uma cidade com regime internacional, sem controle exclusivo de judeus, árabes ou cristãos. A maioria dos países hoje apoia a solução de dois Estados, determinada por negociações de paz entre israelenses e palestinos (congeladas desde 2014).
4) O que diz a lei americana?
O Congresso dos EUA aprovou uma lei em 1995 que previa o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada, com prazo final em maio de 1999; no entanto, o texto permitia o adiamento da transferência por seis meses, e todos os presidentes desde então vinham adiando a mudança a cada meio ano. Em dezembro do ano passado, porém, Trump reconheceu a cidade como capital de Israel.
5) O que os EUA fizeram?
O país reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e mudou a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, inaugurada nesta segunda (14).
6) Então o que muda?
Na prática, nada. Trump ressalta que a definição das fronteiras sob soberania israelense deve ser objeto das negociações de paz israelo-palestinas e pede que a cidade fique aberta para "todas as fés"; segundo o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, o status dos locais sagrados será mantido.
7) Quem tem embaixada em Jerusalém?
Guatemala e Paraguai anunciaram que seguirão os EUA e também mudarão suas embaixadas. Israel é reconhecido pela imensa maioria dos países, e apenas nações muçulmanas do Oriente Médio negam sua legitimidade (as exceções são o Egito e a Jordânia). Por causa da indefinição do status da cidade, porém, quase todos mantêm suas representações em Tel Aviv.
8) E o processo de paz?
Washington passa a ser visto como ator parcial, favorável aos israelenses, o que dificulta que os palestinos aceitem sua mediação. O alerta foi feito não só por países críticos aos EUA, mas também por governos europeus, a UE e a ONU.
9) Qual o papel dos EUA na negociação?
Os EUA foram o principal mediador do processo de paz desde 1967 -incluindo os acordos de Oslo (1993) e Camp David (2000), o Mapa do Caminho proposto com Rússia, UE e ONU (2003) e as negociações em Annapolis (2007) e Washington (2010).
10) E o pleito palestino?
A reivindicação sobre Jerusalém Oriental como capital de um Estado palestino pode ser mantida, mas há risco de a decisão dos EUA inflamar os muçulmanos na região e provocar nova onda de violência. Com informações da Folhapress. 
(Folhapress) Foto: REUTERS/Ronen Zvulun
#política #mundo #embaixada dos EUA em Jerusalém  #embaixadadaimprensa
Share on Google Plus

About Jornalista Valéria Reis

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário