O Instagram lançou na quarta-feira, 20, uma plataforma dedicada exclusivamente a vídeos mais longos, com até uma hora de duração, que promete competir com o Youtube por usuários nas redes sociais.
Batizada de IGTV, a plataforma, a exemplo do YouTube, terá aplicativo próprio tanto para Android quanto para iOS. A ferramenta permite que usuários excedam o limite atual de 60 segundos dos vídeos e postem conteúdo também pelo desktop do computador.
Ainda não está claro, contudo, se os vídeos do IGTV vão incluir propagandas ou permitir a monetização, como no principal concorrente.
Em uma entrevista exclusiva à BBC News, o fundador e CEO do Instagram, Kevin Systrom, não descartou a possibilidade, mas disse que "não há pressa para definir isso".
No IGTV, os vídeos serão na vertical e o Instagram diz que esse é o "jeito natural" que as pessoas usam os celulares. O YouTube, por sua vez, aceita vídeos tanto na vertical quanto na horizontal.
"O vídeo merece um lar melhor no celular", provocou Systrom.
Para o especialista em tecnologia Alex Brinnand, da revista TenEighty, o IGTV pode fortalecer o Instagram no mercado das redes sociais - em 2012, a plataforma foi comprada pelo Facebook por US$ 1 bilhão.
"Ainda vamos ver o poder que o Instagram tem. Tenho certeza que há muitas discussões acontecendo nas outras plataformas sobre quanto (o IGTV) pode ser uma ameaça (à concorrência)", observou.
A possibilidade de divulgar vídeos longos é vista como uma inovação, uma vez que o Instagram permite apenas vídeos de 60 segundos na timeline e de 15 segundos no "insta stories" - ferramenta que derrubou o concorrente Snapchat.
A novidade terá integração com o Facebook Watch, serviço de vídeo sob demanda lançado no ano passado.
Acesso gradual
A nova plataforma vai ter um aplicativo independente - que ainda não está disponível para ser baixado -, mas já pode ser acessada pelo próprio Instagram. Um ícone de uma televisão com um raio na horizontal aparece ao lado do ícone de mensagens in-box no Instagram.
Systrom disse à BBC News que pretende mudar como as pessoas fazem e assistem a vídeos, eliminando televisões e telas de computadores.
"Todos os nossos dados mostram que as pessoas estão passando cada vez menos tempo na frente da televisão, mas gastam mais tempo nos celulares", disse.
Systrom diz que sente "a responsabilidade" de trazer essas mudanças para o Instagram.
O IGTV possui quatro abas principais: "Para você (For You)", com sugestões que levam em conta o que o usuário curte e contas que segue; "Seguindo" (Following), com o conteúdo dos canais que a pessoa segue; "Populares" (Popular), que traz conteúdo em alta entre todos os usuários; e, finalmente, "Continuar assistindo" (Continue Watching), que apresenta o histórico de visualizações.
Os vídeos aparecem separados em cards. O IGTV sempre mostra na base do vídeo uma lupa para pesquisa, que permite busca por palavras-chave. Há ainda um ícone que permite criar um canal.
Como o IGTV funciona?
Até o momento, o Instagram só permite postagens pelo celular.
Essa é uma das grandes diferenças do IGTV, onde será possível subir um vídeo por meio do desktop e clipes vão ganhar um link único.
Cada usuário vai ter seu próprio canal, algo similar ao YouTube, onde os vídeos ficam armazenados.
Se o usuário já tem uma conta do Instagram, vai ganhar um canal quando atualizar o aplicativo.
Questionado sobre as inevitáveis comparações com o YouTube, Systrom disse que os vídeos no IGTV seriam "mais envolventes e talvez mais emocionais".
Haverá controle no IGTV?
Como todo conteúdo no Instagram, o IGTV tem regras.
As diretrizes explicam que o usuário não deve publicar conteúdo violento, de nudez, discriminatório ou de ódio. Kevin Systrom admitiu à BBC News que nem todo vídeo será aprovado pela empresa antes de ser enviado.
"Queremos garantir que o Instagram seja uma plataforma segura, acolhedora e gentil para todos", disse.
No começo do ano, o YouTube teve de pedir desculpas por não reagir rápido o suficiente quando um de seus astros, Logan Paul, enviou um vídeo mostrando o corpo de um homem que se matou em uma floresta no Japão.
Na ocasião, a diretora de negócios do YouTube disse à BBC News que não achava que a plataforma deveria ser regulada da mesma forma que emissoras tradicionais.
Systrom diz que é difícil especular como o IGTV será monitorado. "Vamos ver como o produto conquista os consumidores e garantir que seja seguro e justo."
(BBC Brasil) Fotos: Instagran
#Tecnologia #Instagran #IGTV
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