Saiba quem deve compor a equipe de Bolsonaro na transição do governo

Os próximos dois meses de transição do governo do presidente Michel Temer (MDB) para a administração de Jair Bolsonaro (PSL), eleito no último domingo (28), darão o tom do que deve pautar o Brasil de 2019 nos âmbitos político e econômico. Nessa expectativa, os olhares já se voltam para quem estará ao lado de Bolsonaro nesse período.
Na quarta-feira (31), o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil, se reúne com o atual ocupante da pasta, ministro Eliseu Padilha, para desenhar a equipe de transição, que trabalhará em Brasília.
Serão nomeadas até 50 pessoas para essa missão. À reportagem, uma parlamentar próximo a Bolsonaro explicou que os cargos serão divididos igualmente entre técnicos e de confiança.
Além de Lorenzoni, o economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda, ajudará a definir os nomes que trabalharão junto ao governo Temer para orquestrar os planos para 2019.
Os três filhos do parlamentar, Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, assim como Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL, também fazem parte do núcleo duro ao redor de Bolsonaro (leia mais abaixo), com influência na definição dos próximos passos.
A principal função da equipe de transição será enxugar a quantidade de ministérios, dos atuais 27 para cerca de 15, reduzir os cargos de confiança -- hoje são 10 mil para livre nomeação --, e já tocar a pauta econômica. A estratégia inclui ainda aproveitar a atividade legislativa do próximo mês para agilizar no Congresso Nacional propostas econômicas e sociais, como parte da reforma da Previdência e projetos como escola sem partido.

Composição dos ministérios

Com exceção dos filhos do presidente eleito, que terão mandatos no Legislativo em 2019 (como vereador, senador eleito e deputado federal), os outros três nomes com ampla influência nas decisões de Bolsonaro deverão compor a Esplanada no próximo ano. Guedes ficará por conta da economia, Lorenzoni, da articulação, e Bebianno tem futuro ainda incerto.
Se a decisão tivesse de ser tomada hoje, ele ocuparia o Ministério da Justiça. Há, entretanto, críticas à pouca experiência do advogado para a envergadura da pasta. Na noite de segunda-feira (29), Bolsonaro chegou a dizer que conversaria com o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 1ª instância, sobre ocupar o ministério ou indicá-lo para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
Também foi cotada para o cargo a ex-corregedora Nacional de Justiça Eliana Calmon. O nome dela não é completamente descartado no governo, mas ainda não há indicação de cargo.

Generais na Esplanada

Outras sondagens estão sendo feitas e incluem militares - que, segundo Bolsonaro, não ocuparão mais do que um terço dos ministérios.
O general Augusto Heleno deve suceder o general Joaquim Silva e Luna no Ministério da Defesa e o astronauta Marcos Pontes aceitou o convite para o Ministério de Ciência e Tecnologia. "Não vai ter muita novidade [sobre o que foi anunciado por Bolsonaro]", afirma o deputado Capitão Augusto (PR-SP), nome forte de Bolsonaro no Congresso.
Nos últimos dias, a equipe de Bolsonaro focada no enxugamento de ministérios cogitou fundir a pasta de Ciência com a de Educação, mas encontrou resistência no próprio presidente eleito. Embora Mendonça Filho (DEM) faça esforços para continuar no cargo, o ministério pode parar nas mãos do general Aléssio Souto.
Ex-chefe do Centro Tecnológico do Exército, o general foi um dos responsáveis por ajudar a escrever as propostas para a área. Ao lado dele, também é cotado para o posto o professor da Fundação Getulio Vargas especialista em educação a distância Stravos Xanthopoylos, que também discutiu propostas para o setor com o capitão reformado do Exército.
Outro general na mira para integrar o governo é Oswaldo Ferreira, provável ministro da Infraestrutura. Há ainda expectativa de que o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antônio Nabhan Garcia, assuma a Agricultura e de que o presidente da Bancada da Bala, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), fique responsável pela Secretaria de Governo.
Para a Saúde, são cotados os oncologistas Henrique Prata, pecuarista e presidente do Hospital do Amor (novo nome do Hospital do Câncer de Barretos) e Nelson Teich, diretor do instituto COI (Clínicas Oncológicas Integradas).
Amigo de Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR-ES), que não se reelegeu, também é um dos nomes previstos para o governo, mas é ainda incerto o posto que deverá ocupar.
Há poucas mulheres cotadas para compor o gabinete até agora. Além de Eliana Calmon, foi cogitada para a Agricultura a deputada Teresa Cristina (DEM-MS), um dos expoentes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados.

Quem é quem

Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro

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Carlos, Flávio e Eduardo são os três filhos de Bolsonaro com carreira política. Os três são os principais mentores do pai, especialmente na parte de comunicação nas redes sociais. Carlos, 35 anos, está no quinto mandato de vereador, foi reeleito em 2016 como o mais votado do Rio de Janeiro. Flávio Bolsonaro foi eleito senador no último dia 7, também o mais votado pelo Rio de Janeiro. Eduardo foi reeleito para o segundo mandato de deputado federal, mas por São Paulo, com recorde de votos.

Gustavo Bebianno

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Presidente do PSL no período da campanha eleitoral, o advogado Gustavio Bebianno é tido como o braço direito de Bolsonaro. Foi ele quem coordenou os principais pontos da campanha, negociou a troca de partido do capitão reformado do Exército, que deixou o PSC no início deste ano, e segue como um dos responsáveis pela agenda do presidente eleito.

Paulo Guedes

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Conhecido pela vertente liberal, Paulo Guedes se tornou o "posto Ipiranga" de Bolsonaro e é certo que será o próximo ministro da "economia". É ele o autor da parte econômica do plano de governo do próximo presidente do Brasil. Os dois se aproximaram em novembro do ano passado, após insistência do então presidenciável que viu no economista o que faltava para seu projeto de governo. Embora tenha vertente estatizante, Bolsonaro tem concordado com as ideias de Guedes, favorável a privatizações.

Onyx Lorenzoni

© Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
O deputado Onyx Lorezoni (DEM-RS) se tornou um grande expoente na articulação política da campanha de Bolsonaro. É ele quem está sendo responsável por agrupar parlamentares em torno do próximo governo. Pelo empenho e proximidade com Bolsonaro, ele é um nome certo para assumir a Casa Civil.

General Augusto Heleno

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Geralmente associado a um perfil moderado por integrantes da cúpula de Bolsonaro, o general Augusto Heleno é o principal nome para assumir o Ministério da Defesa. A recusa dele em assumir o cargo de vice na chapa chegou a desanimar alguns entusiastas da campanha do futuro presidente, porque ele é uma das poucas pessoas que o capitão reformado do Exército realmente escuta. Em 2004, o general da reserva comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti.

Marcos Pontes

© AFP via Getty Images
O primeiro brasileiro a ir para o espaço, Marcos Pontes provavelmente será o primeiro astronauta a assumir o comando do Ministério da Ciência e Tecnologia. Também militar da reserva, Pontes é formado em tecnologia aeronáutica pela Academia da Força Aérea (AFA), foi ao espaço em 2006 e desde 2011 é embaixador da ONU para o Desenvolvimento Industrial. Em 2014, se candidatou a deputado federal por São Paulo, pelo PSB, e apoiou Marina Silva para presidente.
(Huuffpost) Foto: Mauro Pimentel via Getty Images
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About Jornalista Valéria Reis

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