O presidente eleito Jair Bolsonaro assumirá o governo sob condições muito favoráveis. Começará com expectativas muito positivas quanto à sua administração, reveladas por pesquisas de opinião que lhe atribuem 75% de popularidade, bastante superior ao percentual de votos com os quais se elegeu.
Além disso, se beneficiará de um quadro macroeconômico equilibrado, fruto das medidas adotadas pelo presidente Michel Temer, um dos mais reformistas do país, se considerado o mandato de pouco mais de dois anos. Destaquem-se a reforma trabalhista, o teto de gastos, a criação da taxa de longo prazo (TLP) e a Lei das Estatais.
O Banco Central restaurou sua credibilidade, o que lhe permitiu ancorar as expectativas inflacionárias e assim cumprir com folga as metas para a inflação.
O novo governo encontrará a inflação sob controle, que poderá atingir cerca de 4% em 2019, nível inferior à meta de 4,25%. Estima-se que haverá novo declínio da inflação em 2020 e 2021, que se situará abaixo de 4%. A taxa Selic, de 6,5%, em seu nível historicamente mais baixo, poderá ficar por aí até o terceiro trimestre do próximo ano.
Depois da mais severa recessão da história, provocada por erros de política econômica da presidente Dilma Rousseff, a economia deve continuar sua recuperação cíclica em 2019, expandindo-se entre 2% e 2,5%. Analistas mais otimistas apostam em até 3,5%.
O desemprego ainda está alto, mas em nítido declínio, podendo encerrar 2019 em 11,5%. O balanço de pagamentos está muito sólido. O déficit em conta-corrente de 2019 atingirá US$ 26 bilhões, valor mais do que coberto por investimentos estrangeiros da ordem de US$ 80 bilhões. As reservas internacionais, de perto de US$ 380 bilhões, superam a dívida externa, hoje em torno de US$ 320 bilhões.
Esse quadro poderá ser afetado negativamente por dois fatores. Primeiro, uma deterioração da economia mundial, dados os focos de crise, principalmente a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o desfecho do Brexit e as dúvidas quanto à capacidade do governo italiano de cumprir metas fiscais acordadas com a União Europeia.
Internamente, o risco estaria no eventual insucesso de aprovação da reforma da Previdência, que precisa ser ampla o necessário para evitar a insolvência do Tesouro e para manter a confiança dos investidores no futuro da economia brasileira.
(Veja) Foto: Adriano Machado/Reuters
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