Republico a cobertura da CPI do Detran
No mais longo depoimento da CPI do Detran, o ex-chefe da Casa Civil do governo, Cézar Busatto teria confirmado que estatais financiam partidos, sendo o primeiro a admitir irregularidades, embora explicou não ter provas. Houve momentos tensos e de discussão no depoimento de Cezar Busatto nessa segunda-feira, no Plenarinho da Assembléia gaúcha. Os deputados tentaram esclarecer a conversa divulgada na sexta-feira entre Busatto e o vice-governador, Paulo Feijó. Busatto disse aos deputados que agendou um encontro com o vice-governador para tratar sobre supostas irregularidades no Banrisul. Busatto deu uma nova versão sobre o que teria dito na conversa gravada com Paulo Feijó. Ele disse que ao contrário do que havia sido afirmado pelo vice, se referiu a distribuição de CCs e FGs para partidos políticos. O depoimento teve vários momentos tensos, bate-bocas e emanifestações de estudantes. Houve confusão nas galerias. A discussão mais séria foi entre Busatto e a deputada Stela Farias (PT). Um grupo de estudantes tentou invadir o prédio da Assembléia, mas foi contido pelos seguranças. O depoimento terminou no começo da madrugada de hoje . Foi a oitiva mais longa da Comissão até agora. Por repetidas vezes, Busatto disse que na conversa não estava se referindo a desvios de dinheiro público, mas a contribuições que os cargos em comissão são obrigados a pagar aos partidos. Os integrantes da CPI fecharam acordo para que o ex-secretário de Governo, Delson Martini, seja ouvido nesta quinta-feira. O ex-chefe da Casa Civil do governo estadual, Cézar Busatto, teria opinado sobre a possibilidade do dinheiro desviado do Detran ter sido usado para financiar campanhas e máquinas partidárias no Rio Grande do Sul. Já o o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, do PT, que explicou o porquê do convite para Busatto falar na CPI. "O senhor está aqui porque apresentou, na gravação divulgada pelo vice-governador, uma hipótese para o uso do dinheiro desviado do Detran. E nós queremos esclarecer isso", frisou. Busatto tentou convencer os parlamentares de que os termos que usou no diálogo com o vice-governador foram mal interpretados. Conforme sua explicação, quando afirmou que o Detran e o Banrisul eram usados para financiar partidos, referia-se à ampliação das relações sociais que essas funções proporcionam aos quadros dos partidos, gerando assim contribuições. Na última sexta-feira, em coletiva, ele disse aos jornalistas que se referia às contribuições que os CCs dão aos partidos. Durante a sessão, ocorreram diversos bate-bocas. Os integrantes da CPI fecharam acordo para que o ex-secretário de Governo, Delson Martini, seja ouvido na quinta-feira. Além da exoneração, Busatto poderá responder a processos movidos pelos partidos da base. Já o vice-governador e seus advogados estudam o caso. Foto: AgAl.
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