Viúva de Marcelo Cavalcanti conversa com deputados e teme pela segurança de sua família

Em Porto Alegre desde o início da manhã desta quarta-feira, a viúva de Marcelo Cavalcante, Magda Koenigkan, chegou no início da noite na Assembleia Legislativa, onde foi recebida pelos deputados Raul Pont (PT), Paulo Azeredo e Gilmar Sossella (PDT). A empresária estava acompanhada do ex-ouvidor da Segurança Pública Adão Paiani e conversou com os parlamentares sobre a possibilidade de falar em alguma instância do Legislativo, que poderia ser a Comissão de Ética, a Comissão de Serviços Públicos ou a Ouvidoria-geral. Apesar dos argumentos dos deputados sobre a importância dos seus esclarecimentos, Magda não confirmou esta segunda reunião. A empresária, entretanto, manifestou vontade de ter um encontro reservado com a bancada do PSDB. “Gostaria de ter a oportunidade de olhar cada um nos olhos e mostrar que não sou uma inimiga. Sou apenas uma mulher que perdeu o marido e não mereço ser vítima de ataques”, revelou. A conversa deveria ser rápida, mas acabou se estendendo por mais de uma hora. Emocionada, Magda reafirmou que não acredita na hipótese de suicídio do ex-chefe do escritório de representação política do Rio Grande do Sul em Brasília. “Há várias incógnitas na morte de Marcelo e estou empenhada em esclarecer estas dúvidas”, ela admitiu. Entre os fatos que ela considera “estranhos”, está um hematoma no rosto de Marcelo e a inexistência de uma substância química presente no corpo em casos de afogamento. “Os dados não fecham. Não há explicação para o roxo. Meu pai, quando viu, disse ‘bateram no Marcelo’. Vi a fita da única das três câmeras de segurança que estava funcionando no dia e não há nenhum sinal de alguém se atirando da ponte. O domingo estava bonito e o Lago Paranoá lotado, mas ninguém viu nada. É difícil de acreditar na versão suicídio por afogamento”, apontou. Magda também confirmou que, desde o aparecimento da fita onde Marcelo Cavalcante combinava com Lair Ferst uma agenda da Secretaria da Fazenda – que veio à tona na CPI do Detran – o tucano estava tenso e com medo de ser exonerado, o que acabou acontecendo. Abalado, queria depor na CPI, o que não aconteceu devido ao encerramento da comissão no prazo legal, sem a prorrogação solicitada pela oposição. Depois da morte, ela reuniu farta documentação e entregou ao Ministério Público Federal. Segundo a empresária, os promotores não ficaram surpresos. “Pelo que percebi, o trabalho de investigação está bem adiantado. Não posso dar detalhes para não atrapalhar, mas a história é diferente do que vem sendo contado”, observou. Magda ainda ressaltou que não entende por que a governo quer impedir a Assembléia de exercer sua função de fiscalização e instalar a CPI. Disse que teme pela sua segurança, pela segurança dos três filhos e que recebeu um recado de Lair Ferst. “Ele mandou eu me cuidar no Rio Grande do Sul, pois aqui, segundo ele, o pessoal é amador. O que mais podem fazer contra mim? Me matar? Matar meus filhos? Estou pressionada emocionalmente e enfrento intimidações e constrangimentos, inclusive de ordem profissional porque tentaram me desconstituir como esposa, mulher e empresária. Mas estou segura que Marcelo falava a verdade”, desabafou. O deputado Raul Pont ressaltou que compreende a complexidade da situação, mas destacou que a presença de Magda na Assembléia seria da máxima importância. “Há um conjunto de denúncias contra o governo estadual; questões novas e outras que já estavam em pauta no ano passado, durante a CPI do Detran. Marcelo Cavalcante iria depor no Ministério Público Federal e preparou, junto com a esposa, o conteúdo do seu depoimento. Se ela quiser falar, vamos garantir todas as condições para que isto aconteça”, se comprometeu o petista, segundo informações obtidas com a assessoria da Assembleia gaúcha.
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