Espetáculos Locais - Porto Alegre Em Cena


A Arca de Noé - Um musical para todas as idades, com texto e direção de Zé Adão Barbosa, direção musical de Marcelo Delacroix e músicas de Vinícius de Moraes. A trupe de atores, que canta e toca ao vivo em cena, conta a história de Noé e sua Arca, povoada com um casal de cada espécie animal que existia na terra após o grande dilúvio. Com ritmos envolventes e inspiração nas tradições populares brasileiras, a peça aproveita o motivo bíblico para falar sobre questões importantes como a solidariedade e a cooperação entre os indivíduos para fazer do mundo um lugar melhor para se viver. E sempre com muito bom humor, causando proximidade afetiva com seu público! Uma verdadeira festa para encantar a platéia do Em Cena!
A vida sexual dos macacos - O espetáculo do grupo Teatro Sarcáustico é o primeiro monólogo do ator Daniel Colin, três vezes indicado ao Prêmio Açorianos como melhor ator. Com esta comédia nada convencional, ele conta a história de um personagem desorientado, tanto moral quanto sexualmente, que vem desnudar seus segredos na frente do público, expondo-se de maneira engraçada, mordaz e surpreendente. A encenação visa aproximar ator e espectador, numa atmosfera bastante performática, onde a utilização de elementos cênicos inusitados e a participação de um coadjuvante pouco ortodoxo ajudam a conduzir a história. O texto de Felipe Vieira de Galisteo e do próprio Daniel Colin tem como referência idéias contidas em obras de David Foster Wallace, Ernest Cline, J.D.Salinger, Nick Silver, Philip Roth e Sergí Belbel para falar sobre situações comuns - porém marcantes - na vida das todos nós.
Desvario - Inspirado no humor inédito e absurdo do dramaturgo chileno Jorge Diaz, a peça pinçada do texto homônimo, retrata a crise de identidade, a incapacidade de estabelecer relações e a conseqüente solidão. A ação se passa em um aeroporto qualquer onde um homem, sem saber se está de partida ou de chegada, tenta resolver os problemas de seu desgastado casamento. Surge então um suposto amante de sua esposa reivindicando o lugar de chefe da família. A relação entre os três se complica ainda mais com a chegada de uma excêntrica cantora lírica, que diz não saber ao certo quem é. Juntos, os quatro personagens se reconhecem e se estranham, empreendendo uma luta contra a solidão e a incomunicabilidade do mundo em que vivem. Instigante, a montagem tem arrancado muitos elogios pelo trabalho de direção.
Ditos e malditos – uma instalação coreográfica. O espetáculo da renomada Terpsi Teatro de Dança surgiu a partir de ditos populares e textos de autores transgressores como Edgar Alan Poe, Jarry, Duchamp, Baudelaire, Augusto dos Anjos, Caio Fernando Abreu, Beckett. A direção é de Carlota Albuqurque e a montagem tem a participação especial de Simonne Rorato.
Marleni - O inusitado encontro entre duas musas do cinema alemão – Marlene Dietrich e Leni Riefenstahl – é o mote da peça Marleni, dirigida pela cineasta Liliana Sulzbach e pela atriz Márcia do Canto. Sucesso na Europa, o texto de Thea Dorn é encenado pela primeira vez no Brasil e a montagem coloca em cena duas grandes atrizes gaúchas: Ida Celina e Aracy Esteves. Afiado e inteligente o texto narra o encontro fictício entre essas poderosas mulheres e propõe reflexões sobre dignidade, solidão e sentido da vida. O espetáculo se aproxima do cinema quando as atrizes interagem e atuam com projeções inseridas no cenário ampliando, assim, o jogo entre realidade e fantasia, passado e presente.
Mulheres fortes em corpos frágeis - Mais do que um simples espetáculo, este projeto do Grupo Gaia de Dança, inspirado nas vitrines de Amastedã e em suas mulheres justapostas, investe na troca e no diálogo de diferentes artistas da dança e seus questionamentos acerca da arte em si mesma e dos limites do corpo. Também o universo pop está muito presente na montagem que remete à Red Light Street. O resultado são três obras poéticas na visão de diferentes coreógrafos: Alecs Dal´Omo, Diego Mac e Paulo Guimarães. Contemporâneo, belo e inovador, dançado por grandes nomes da cena porto-alegrense. Vale a pena conferir!
O Bairro - O universo dos grandes escritores e pensadores do século XX, abordado de forma lúdica e poética, é o tema central de O Bairro, adaptação para o teatro da obra homônima do escritor português Gonçalo M. Tavares, dirigida por Marco Fronchetti. Em cena, quatro senhores que vivem em um mesmo bairro expõem suas histórias, suas observações, suas impressões sobre a vida – ora ácidas, ora engraçadas ou trágicas. Os personagens são inspirados nos ídolos de Tavares: Paul Valéry, Henri Micheaux, Roberto Juarroz e Ítalo Calvino. As estranhezas desse grupo heterogêneo dão o toque especial ao espetáculo. Um leva a lógica aos limites extremos e tem um animal doméstico fechado em uma caixa para não desenvolver afeto; outro - um reconhecido falador - tem duas grandes paixões: absinto e enciclopédias; o terceiro teoriza tudo, mas é desastrado em sua vida prática; e o último cria desafios incríveis por motivos tolos.
O médico à força - Escrito por Molière em 1666 o texto ganhou uma versão com pitadas de “brasilidade”, nesta montagem, premiada com o Prêmio Açorianos de melhor ator, para Marcelo Adams e melhor figurinos para Rô Cortinhas. Inspirado pelas chanchadas brasileiras da produtora cinematográfica Atlântida, a montagem homenageia a atmosfera ingênua e bem-humorada daquelas "fitas" estreladas por gente como Oscarito, Grande Otelo, Zezé Macedo e Dercy Gonçalves. A farsa e a Commedia dell’arte também foram fontes de inspiração para o espetáculo, resultando em uma ação dinâmica e vertiginosa, com música ao vivo executada pelos atores. Fundada pelos atores e diretores Marcelo Adams e Margarida Leoni Peixoto, a Cia. de Teatro ao Quadrado, já produziu diversos espetáculos, todos bastante premiados e elogiados pelo público e pela crítica.
O sobrado - O Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) já tem tradição de desenvolver bons espetáculos com seus alunos. Entre eles figura O Sobrado, criado a partir dos dois volumes O Continente, que integram a famosa obra de Erico Verissimo O Tempo e o Vento. Dirigido por Inês Marocco, professora da Universidade, a montagem foi elaborada a partir de improvisações, estudos e discussões teóricas acerca da obra de Verissimo, com um resultado surpreendente. Na trama, Licurgo Cambará, sua família e correligionários encontram-se sitiados em sua casa, sob o cerco das tropas federalistas. Nos dez dias vividos no sobrado, com pouca comida, água e munição, os anseios, os conflitos e as histórias dessas pessoas vêm à tona enquanto a morte se faz presente dentro e fora de casa.
O vendedor de palavras - O teatro de rua se faz presente na programação do festival com o divertido espetáculo O vendedor de palavras, criado a partir de crônica de Fábio Reynol e dirigido pela brilhante atriz Arlete Cunha. Em cena está a história de Milho, um amante dos livros com um sonho pra lá de nobre: fazer com que as pessoas despertem o interesse pela leitura. Milho julga que o problema está na falta de palavras no mundo e cria estratégias incríveis para fazer com que as pessoas procurem conhecer novas palavras queiram ler cada dia mais. Uma história que exalta o amor ao próximo, às palavras e aos livros, contada de forma leve e divertida para todas as idades. A música original executada ao vivo pelos atores e as máscaras de teatro de bonecos complementam e colorem a montagem do grupo Mototóti.
Pé de Pilão - Tudo começou há 30 anos, quando Mery Weiss convidou Cláudio Levitan para musicar o texto Pé de Pilão, de Mario Quintana. Levitan, por sua vez, chamou Nico Nicolaiewsky e Vitor Ramil e, juntos, musicaram o texto completo e criaram uma opereta, que foi lançada em 2006, ano do centenário de Quintana. O espetáculo, dirigido pelo igualmente talentoso Mário de Ballentti, recebeu o Prêmio Tibiquera de melhor trilha sonora. Em cena, cinco atores-músicos contam e cantam a história do menino que virou pato e de sua avó enfeitiçada que perde seu encanto, o de nunca envelhecer. O pato, na tentativa de reencontrar sua avó, enviando-lhe uma foto, é preso pelo cavalo-polícia, junto com o macaco retratista e o passarinho da máquina fotográfica. Uma aventura que envolve cobra, fada enfeitiçada, meninas traquinas, professor Dom Galaor, a Nossa Senhora e muitos feitiços até o menino pato reencontrar a sua avó enfeitiçada.
Teresa e o aquário - Um conto de Luciano Mattuella e a oportunidade de prosseguir a pesquisa com tecnologias audiovisuais, desenvolvidas há algum tempo pela Cia. Espaço em Branco, foram o ponto de partida para a montagem de Teresa e o Aquário, elogiado espetáculo que cumpre sucessivas temporadas de sucesso na capital gaúcha. A história de Teresa que, ao ganhar de seu marido um aquário de peixes coloridos, entra em estado de catatonia e mergulha num universo peculiar é contada pelo grupo, sob a direção de João de Ricardo. A proposta é fazer o espectador entrar neste universo com a personagem, dar vida aos olhos de Teresa, viver suas sensações, emoções, enfim, descobri-la. Um espetáculo instigante, plástico e poético, muito elogiado pela crítica especializada. Foto: Divulgação
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