Brasília – A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse esperar que as negociações sobre o Orçamento e a dívida interna dos Estados Unidos tenham menos confronto político e mais lógica econômica. A declaração foi feita em entrevista à rede norte-americana de televisão CNN, da qual foram divulgados alguns trechos.
“Não há uma solução milagrosa. Por vezes, temos a melhor solução, que vem diretamente dos manuais, e ela funciona. Outras vezes, temos de optar pela segunda melhor, a que é praticável e politicamente aceitável”, disse Christine Lagarde na entrevista, que deverá ser transmitida no próximo domingo (31).
“Os Estados não devem centrar-se em objetivos estritamente políticos. Tem de ser uma mistura entre pragmatismo político e racionalidade econômica sólida. E hoje, a racionalidade econômica passa por resolver [o impasse sobre] o teto da dívida e garantir que, a médio prazo, os Estados Unidos, como muitos outros países, resolvam as questões de consolidação fiscal que têm de resolver”, disse.
Semanas de negociações no Congresso norte-americano, entre democratas e republicanos, não permitiram até agora um acordo sobre o plano de redução do déficit orçamentário que deve acompanhar o aumento do teto da dívida, atingido em meados de maio.
O Departamento do Tesouro calcula que, se o teto da dívida não for elevado até terça-feira (2), os Estados Unidos não terão condições para se financiar nos mercados, entrando assim em não cumprimento da dívida.
Em entrevista dada ontem (28) à rede de televisão norte-americana PBS, Christine Lagarde considerou que se isso vier a acontecer vai suscitar “provavelmente dúvidas às pessoas que conservam divisas sobre se o dólar é efetivamente a moeda de reserva de primeira ordem”. Agência Lusa
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