O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende o
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu hoje (26) que o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, abra uma investigação
contra o tucano.
Almeida Castro disse que o pedido partiu do próprio governador, que
não teme ser investigado por suas supostas ligações com o empresário
goiano suspeito de envolvimento com jogos ilícitos, Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Estou fazendo isso a pedido de meu
cliente, que quer ser investigado. A imagem dele está sendo deturpada e
a investigação servirá para esclarecer tudo isso”, justificou.
O nome do governador é citado nas gravações da Polícia Federal (PF)
que integram material da Operação Monte Carlo. A operação resultou na
prisão de Cachoeira no fim de fevereiro. No início deste mês, Eliane
Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Perillo foi exonerada após a
divulgação de gravações que indicam que ela recebeu informações de
Cachoeira sobre operações policiais sigilosas.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo,
a campanha de Perillo recebeu recursos de empresas de fachada que
serviam para redirecionar para políticos e laranjas recursos da Delta,
empresa de construção com a qual suspeita-se que Cachoeira tivesse
ligação.
O inquérito da PF na Operação Monte Carlo indica, de acordo com a
reportagem, que intermediários de Cachoeira entregaram dinheiro ao
governador, no Palácio das Esmeraldas, sede do Poder Executivo local.
Após analisar o pedido de Perillo, o procurador-geral poderá
arquivar a representação, pedir mais informações, ou ainda pedir a
abertura de inquérito contra o governador ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ), já que todo que ocupa o cargo de governador tem foro
privilegiado. ABr
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