O protagonista do debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo no
segundo turno da eleição municipal não apareceu no televisor de quem
sintonizou na Rede Bandeirantes na noite desta quinta-feira (19).
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como o mandante do
esquema do mensalão, o petista José Dirceu foi o assunto principal das
discussões entre os adversários Fernando Haddad (PT) e José Serra
(PSDB).
Para o bem da democracia, a discussão em torno dos kits anti-homofobia
elaborados nas gestões de Haddad e Serra ficou de fora do debate.
Contudo, o tucano tratou, desde o início, em vincular Dirceu a Haddad.
Analistas avaliam que dificilmente o julgamento do mensalão poderá
servir de variável na decisão do eleitor, porém é onde o tucano parece
apostar as suas fichas.
Em diversos momentos, Serra utilizou o
ex-ministro da Casa Civil para criticar Haddad e o PT, provocando os
momentos mais quentes do debate. Felizmente, a discussão não caiu para
ofensas pessoais, predominando as farpas políticas e ideológicas, que
trouxeram os melhores momentos do encontro.
O tucano iniciou o
debate questionando Haddad se uma série de obras e programas que teria
implementado em seus cargos públicos eram “para rico ou para pobre”. Em
meio a discussão, Serra trouxe o nome de Dirceu pela primeira vez. “Se
tem um partido que entende de baixaria é o PT. O PT fica mentindo na TV
que eu não faço nada para pobre, esse é um exemplo de baixaria do PT.
Esse é o estilo Zé Dirceu, que cada vez mais aparece na campanha em São
Paulo”, disse o tucano.
Quando a discussão foi para as parcerias
público-privadas na área de saúde, as OSs, o tucano trouxe o petista
condenado pelo STF novamente. “Está implícito no programa de vocês que
vocês vão acabar com essas parcerias. O Zé Dirceu, inclusive,
apresentou no STF uma ação para acabar com essas parcerias”, disse
Serra.
Desta vez, porém, Haddad retrucou a provocação do tucano.
“Serra, você tem uma obsessão com o Zé Dirceu, talvez pela amizade que
você manteve com ele por décadas. Eu apelo para você, pelo amor de
Deus, pare de citar pessoas que não estão nessa eleição, pare com essa
obsessão”, rebateu o petista.
O debate ainda contou com farpas a
respeito de creches, da gestão do prefeito Gilberto Kassab, da
construção de moradias, da reurbanização de favelas, do transporte
público, entre outros assuntos. Após um vácuo no final do primeiro
turno, quando os encontros entre os candidatos à Prefeitura da capital
paulista nas redes Record e Globo foram cancelados na reta final da
disputa, o primeiro encontro do segundo entregou o que prometeu.
Em
uma discussão equilibrada, com bons momentos para os dois lados, o
petista mostrou ainda estar aquém do tucano na malícia do uso da
retórica. Neófito em debates diretos, Haddad teve dificuldade em
cumprir o tempo de resposta algumas vezes e gaguejou outras tantas. O
melhor momento do petista foi quando propôs um pacto para um debate
propositivo entre os candidatos. Já Serra, que aparece atrás do rival
nas pesquisas de intenção de voto, mostrou a experiência que várias
campanhas à cargos majoritários lhe trouxeram e sai mais fortalecido do
encontro na Rede Bandeirantes. (Yahoo)
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