O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu na tarde desta quarta-feira a 31ª
sessão para o julgamento do mensalão. Hoje, o relator, ministro Joaquim
Barbosa, vai começar seu voto sobre os acusados de comprar votos no
Congresso Nacional. Estão neste capítulo do julgamento os réus do núcleo
político: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT, José
Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Barbosa
disse que pretende concluir ainda nesta quarta-feira seu voto sobre os
10 acusados por corrupção ativa. Os próprios colegas de Corte, porém,
estimam que a análise do relator deve se estender até a sessão desta
quinta-feira (4).
O relator votará pela condenação de
Dirceu, Genoino e Delúbio. Ele concordará com a acusação que Dirceu era o
responsável maior por ordenar a compra de apoio político no Congresso
Nacional. Ainda na visão do Ministério Público, o empresário Marcos
Valério, que chefiava o núcleo publicitário, seria o operador dos
pagamentos aos políticos enquanto Delúbio era o elo entre os dois
grupos.
Alguns ministros confidenciam que as condenações
nos capítulos anteriores embasariam a extensão da punição a Dirceu. Na
visão deles, absolver aquele que é apontado como chefe da quadrilha pelo
Ministério Público seria semelhante a entender que o mega sistema de
corrupção existia sem um comando, o que seria inverossímil.
Baseiam
ainda o entendimento dos ministros que votarão pela condenação os
encontros do ex-ministro do governo Lula com Valério e a cúpula do Banco
Rural e benesses de outros acusados à ex-mulher de Dirceu, Ângela
Saragoza. Na mesma época dos milhões de reais em repasses a políticos,
ela conseguiu um emprego no BMG, um financiamento no Banco Rural e
vendeu um apartamento a Rogério Tolentino, ex-advogado das agências de
Valério. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a
descrever como "torrenciais" as provas do envolvimento de Dirceu.
A
defesa do ex-ministro sustenta que ele não sabia dos empréstimos
fraudulentos usados no esquema nem dos pagamentos a parlamentares.
Afirma que Dirceu não participava da direção do PT desde que tomou posse
na Casa Civil do governo Lula.
Além de Dirceu, Genoino,
Delúbio, Valério e Tolentino são acusados de corrupção ativa e estarão
em julgamento ainda neste capítulo os ex-sócios de Valério, Ramon
Hollerbach e Cristiano Paz, a ex-diretora financeira da SMP&B,
Simone Vasconcellos, a ex-funcionária da agência Geiza Dias e o
ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. AE
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