Durante coletiva de imprensa de final de ano nesta quarta-feira, o presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, apresentou balanço do desempenho da economia em 2012. Ele observa que, apesar do quadro desfavorável para o Rio Grande do Sul, o setor de serviços e, especialmente, o comércio tem evitado um desempenho ainda pior. Com base na retrospectiva elaborada pelo economista da Federasul, André Azevedo, ele mostrou que o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que apresentou o menor crescimento na última década, entre 2002 e 2010. Enquanto o crescimento do Brasil foi, em média, 4% anualmente, o Estado cresceu apenas 2,8% ao ano. Russowsky salientou que se apenas tivesse mantido a sua participação no PIB brasileiro (crescendo a mesma taxa do país), o Estado teria produzido R$ 22 bilhões a mais em 2010. O cenário fica ainda pior se forem considerados os últimos dois anos (2011-2012), já que o crescimento médio gaúcho foi de apenas 2,5% ao ano.
- Estamos crescendo menos não só que o País, mas menos do que o mundo. Nessa última década, a economia global expandiu-se 3,5% em média ao ano. Portanto, continuamos perdendo espaço no cenário nacional e internacional -, frisou. A boa notícia vem do setor de serviços. Em 2012, enquanto a economia gaúcha deve encolher cerca de 2%, o setor de comércio deverá registrar uma expansão de 8%. O comércio gaúcho também apresenta evolução acima da média nacional, crescendo 8,1% no acumulado dos últimos 12 meses, até outubro. Nesse mesmo período, o volume de vendas do País aumentou 7,6%. Já o desempenho de setores que dependem da renda e do emprego, como os bens de consumo não duráveis, tem se mostrado melhor no período recente. Alimentos, bebidas e fumo já estão acima do pico de vendas anterior, registrado em fevereiro de 2011. Nos últimos 12 meses, as vendas do setor elevaram-se em 14% no Estado, acima da média nacional, de 8,1%, e quase o dobro em relação a fevereiro de 2011. Já os bens de consumo duráveis, que dependem mais do crédito, estão mostrando uma recuperação mais lenta, resultado da própria desaceleração do crescimento do crédito. Ainda segundo o dirigente, apesar do alento trazido pelo setor de serviços, Russowsky enfatizou que é preciso tomar providências para evitar que o Estado continue a perder espaço no cenário nacional. “Não podemos ficar dependendo de um clima ameno, de uma taxa de câmbio desvalorizada e das benesses do governo federal”. Ele acrescentou que é preciso agir para estimular novos investimentos, especialmente em setores intensivos em tecnologia, mais propensos à inovação e, portanto, capazes de gerar um ciclo virtuoso e sustentável de desenvolvimento, disse. Foto: Ivan Andrade/Federasul
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