Secretário Municipal de Cultura, Sergius Gonzaga, faz balanço de sua gestão



VALÉRIA  REIS


Foi emocionante a despedida do secretário Municipal de Cultura, Sergius Gonzaga,  que atuou entre 2005 e 2012, trabalhando durante oito anos à frente da pasta.  Todo PIB cultural presente no Teatro de Cãmara nesta manhã. Na coletiva de imprensa, além de jornalistas convidados, figura mítica das artes plásticas como Renato Rosa, o ex-vice-governador Antônio Holhfeldt, o ex-prefeito José Fogaça e o futuro secretário,  Roque Jacoby.
Durante a coletiva, Gonzava detacou vários setores como o Patrimônio Cultural, que segundo ele, deu algumas dores de cabeça, muitas vezes como a falta de verbas. Informou sobre a reforma do Teatro de Câmara, a reforma do Centro Municipal de Cultura com câmeras de monitoramento, o cercamento eletrônico da Usina do Gasômetro, a reforma do Museu de Porto Alegre, a Pinacoteca Aldo Locatelli, no Paço Municipal. Informou ainda que está em fase de conclusão o Teatro Elis Regina e a Cinemateca do Capitólio. Lembrou que em 2005, atiraram um coquetel Molotov no Centro de Cultura, destruindo grande parte do prédio, sendo urgente o cercamento eletrônico do edifício.
Na Usina do Gasômetro, houve uma reforma sustancial no início de sua gestão, na iluminação cênica e na reforma dos banheiros.  Já no Teatro Elis Regina, na Usina, a reforma foi complicada com a retirada de todo o terraço. Segundo ele, a cidade precisa de teatros pequenos para músicos locais. Sergius Gonzaga destacou a Pinacoteca Duque de Caxias que poderá abrigar obras adquiridas e as obras guardadas no Margs.  Ele informou ainda que a Petrobrás suspendeu o patrocínio  da Cinemateca do Capitólio, tendo conseguido uma verba de R$ 900 mil para terminar as obras de alvenaria. O local deverá estar concluído em maio ou julho, informou.
Ainda segundo Sergius Gonzaga, a reestruturação do  Museu de Porto Alegre contará com a principal Fototeca da cidade. Citou também a reforma da Praça da Alfândega para a revalorização do centro da capital gaúcha. Disse que a ideia era fazer zonas de sombra e de luz. Em função do perigo, muitas pessoas passavam por dentro da CEF, o que gerou muitas reclamações. Ele explica que a vigilância eletrônica na praça acabou com muitos assaltos e furtos. Já na área do Nativismo, foi feita a drenagem no solo no Acampamento Farroupilha. Explicou também, que para acampar no parque, é preciso fazer um projeto cultural e surgiram bons projetos. Informou sobre livro sobre Martin Fierro, com tradução de Nico Fagundes. No Memorial do Rio Grande do Sul, aconteceram vários cursos sobre a História e Cultura do RS, atraindo muita gente.
Na área de Descentralização, as oficinas nos bairros passaram de 70 para 90 oficinas, além do Projeto Cinema nos Bairros, a criação de festas temáticas nas comunidades e o Festival de Inverno, com 24 horas de cultura. Já nas Manifestações Populares, o secretário Gonzaga citou a descida do carnaval na avenida Borges de Medeiros, que atrai milhares de pessoas. Também, o Projeto Vassourinha, um vez por mês no Teatro de Câmara, com músicos de carnaval, além das aulas de teoria musical.  Na coordenação de Dança, foi criado o Prêmio Açorianos de Dança, com a participação de 88 grupos de Dança e o Grupo Experimental de Dança da Prefeitura de Porto Alegre. No Teatro, foi feita a revitalização do Porto Alegre em Cena que hoje é o grande festival de Teatro na América Latina.  Também, é feito o Projeto Usina das Artes, na Usina do Gasômetro, com o uso das salas para ensaios dos grupos.
Outro projeto da SMC foi o Festival de Teatro Estudantil com 40 grupos, além da mostra de Teatro Infantil. Lembrando o Porto Alegre Verão, com preços subsidiados, que atrai pessoas nos meses de verão, dando trabalho a mais de 500 profissionais de teatro. Também é feito evento com autores alemães de teatro no Goethe Institute, na área da dramaturgia, com prêmios em dinheiro e viagem a Berlim, além de 20 oficinas anuais. Já na área das Artes Plásticas, foi criado o Prêmio Açoriano de Artes. Cerca de 950 obras foram expostas. Estas, estavam há 26 anos no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Foi feita a aquisição de 521 obras.
Na área de Cinema, Fotos & Vídeo, foi criado um programa de Alfabetização Audiovisual e o 1o. Festival Democracine, com filmes sobre Direitos Humanos e debates sobre artes. Na música, foi criado o Estúdio de Som Geraldo Flach, onde os músicos podem gravar seus CDs gratuitamente. Na área da Literatura, a secretaria comprou, anualmente, os livros mais importantes do ano e foi  dado destaque para os autores gaúchos que escrevem sobre a cidade de Porto Alegre. - A cidade gosta de ser ver-, observou Gonzaga.  O secretário informou que a Prefeitura ampliou a verba da Feira do Livro e criou maratonas literárias, a exemplo do que é feito na Espanha. Também, foi criado o Observatório de Cultura e a criação do Conselho Municipal de Cultura. Foi feita a recuperação do Auditório Araújo Viana, entre os projetos da atual gestão.
O secretário Sergius Gonzaga, destacou o trabalho de toda a sua equipe, entre eles, Ana Fagundes. Presente no evento, o ex-prefeito José Fogaça, responsável pela ida de Gonzaga para a secretaria. Ele lembrou que ele e Gonzaga eram professores no Colégio Israelita, cursinho e na Universidade. - Nessa época, o Sergius era respeitado culturamente na cidade. Ele trabalhava no Instituto Estadual do Livro (IEL) e o tirei de lá para trabalhar comigo. Na minha época e prefeito, tive grandes satisfações. Foi bonito de ver, entrar na Usina e observar serem ocupados todos os espaços territorialmente, com grupos de teatro e dança que ensaiam lá -, ressaltou. Outra grande conquista, lembrou Fogaça, foi a recuperação do papel histórico da Banda Municipal. Ir à Câmara e modificar a Lei. - Hoje, a Banda Municipal ganha característica de banda sinfônica. - Jamais esqueceremos o trabalho do Sergius. Mas ele, também sai marcado e jamais vai nos esquecer -, observou o ex-prefeito José Fogaça.
Perguntei ao secretário Sergius Gonzaga, quais seus projetos daqui para a frente. Ele respondeu que quer ler todos os livros que não pôde ler, ver todos os filmes, todas as peças de teatro, por que não conseguiu ir mais. Ele está escrevendo um romance sobre um menino que chega em 1961 aqui, na época da Legalidade. - Quem faz parte da Literatura, tem o sonho de um dia escrever um livro - disparou. Sergius acrescenta que houve muitos desafios em sua gestão. - Nos primeiros meses, muitas vezes, me senti impotente, pois Porto Alegre é uma cidade com  culturas diversificadas e uma das principais no Brasil. Era como ter que escalar um edifício. Muitas vezes, me senti esmagado, mas procurei fazer esse trabalho com todo empenho e da melhor forma possível. Ao final, o secretário Sergius Gonzaga recebeu de sua equipe uma placa comemorativa da data. (VALÉRIA REIS). Foto: Reprodução EI    
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