A combinação de influência na Caixa Econômica Federal (CEF) e o comando
político de 80% dos municípios fez do senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
favorito para assumir o controle do Senado, o “midas” do Minha Casa,
Minha Vida em Alagoas com pelo menos um resultado notável: a Construtora
Uchôa, do irmão de Tito Uchôa, apontado como laranja do peemedebista,
faturou mais de R$ 70 milhões no programa nos últimos dois anos.
Empresário
versátil, Tito Uchôa é sócio do filho do senador, o deputado federal
Renan Filho (PMDB), em uma gráfica e em duas rádios. Também é
proprietário de uma agência de viagens, uma empresa de locação de carros
e um supermercado. A mulher dele, Vânia Uchôa, era funcionária do
gabinete do senador Renan Calheiros.
Uma engenharia financeira peculiar do programa Minha Casa, Minha Vida
valoriza os atributos do candidato à Presidência do Senado e abre
espaço para a ingerência política. As contratações - sem processo de
licitação - são feitas diretamente pela Caixa, área de influência de
Renan e do PMDB no Estado e com ramificações em Brasília, a partir de
propostas apresentadas por prefeitos e empreiteiras ao banco.
Das 26 prefeituras de Alagoas incluídas no programa, apenas duas não
são comandadas por aliados de Renan ou partidos coligados com o PMDB. O
peemedebista garante ter nas mãos 80% dos 102 municípios alagoanos.
“Elegemos diretamente 25 prefeitos em todas as regiões e em aliança com
os partidos coligados ganhamos em mais de 80% dos municípios”,
vangloriou-se Renan, em convenção do PMDB em dezembro.
O programa de moradias populares é uma das principais bandeiras da
presidente Dilma Rousseff. O Minha Casa, Minha Vida é uma das armas do
senador para aumentar seu capital político nas próximas eleições.
Alagoas está, proporcionalmente, entre os maiores contratantes do
Minha Casa, superando outros Estados do Nordeste e até a meta do próprio
governo, que era construir 13 mil unidades no Estado. Hoje, mais de
26,8 mil unidades habitacionais já foram contratadas e o volume de
recursos públicos investido ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão. Para se
ter ideia, Sergipe, administrado pelo petista Marcelo Déda, com perfil
populacional e área semelhantes aos de Alagoas, registra R$ 122 milhões
em contratos. (Estadão)
- Blogger Comment
- Facebook Comment
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários:
Postar um comentário