O Palácio do Planalto decidiu excluir o deputado Gabriel Chalita (SP)
da reforma ministerial preparada pela presidente Dilma Rousseff. Ele
era cotado para assumir a pasta de Ciência e Tecnologia após ter apoiado
a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo no 2º turno, mas foi
descartado após as acusações de que teria recebido propina quando era
secretário da Educação do Estado, na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
Para compensar o PMDB, Dilma planeja pôr o partido do vice-presidente
Michel Temer no Ministério dos Transportes, hoje comandado por Paulo
Sérgio Passos, que é do PR, embora a direção da legenda diga que ele
integra a “cota pessoal” da presidente. A ideia de Dilma é abrigar o
deputado Leonardo Quintão, do PMDB de Minas, na vaga hoje ocupada por
Passos, mas ela ainda não bateu o martelo sobre a indicação.
Quintão abriu mão da candidatura a prefeito de Belo Horizonte, no ano
passado, para apoiar o petista Patrus Ananias, que perdeu a eleição
para Marcio Lacerda (PSB), aliado do senador Aécio Neves (PSDB). O
deputado fez o gesto atendendo a um pedido de Dilma. Agora, o governo
poderá pagar a fatura. O dilema da presidente é onde abrigar o PR.
Dilma disse a parlamentares que não quer transformar o ministério em
um “paulistério”, com maioria dos representantes de São Paulo, e pediu a
auxiliares indicações de outros Estados, principalmente de Minas. Hoje,
dos 38 ministros, 11 são de São Paulo.
Atualmente, quatro ministros do PT que sonham com a cadeira de
Alckmin. Alguns têm chance de obter o aval do partido, outros não, mas o
fato é que Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação),
Marta Suplicy (Cultura) e José Eduardo Cardozo (Justiça) são os nomes do
primeiro time à espera da bênção de Dilma e do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
“Me inclua fora dessa”, desconversa Padilha, que já programou a
transferência do seu domicílio eleitoral do Pará para São Paulo.
Mercadante, por sua vez, repete como mantra que só pensa em seu trabalho
na Educação. “É nisso que estou focado”, diz.
Nas fileiras do PMDB, Chalita também é pré-candidato ao governo de
São Paulo. O peemedebista nega as acusações de enriquecimento ilícito e
diz não ter envolvimento com fraudes no governo paulista. AE
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