A permanência ou não do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na
presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara
dos Deputados, deve ser definida até a próxima terça-feira (26). Pastor
evangélico, ele é acusado de postar em redes sociais mensagens
homofóbicas e racistas e, por isso, é alvo de protestos desde que foi
indicado para o cargo.
Na segunda-feira (25), um ato liderado
pelo deputado federal Jean Wyllys e pelo estadual Marcelo Freixo, ambos
do Psol-RJ, vai reunir artistas como Caetano Veloso, Leandra Leal,
Lázaro Ramos e lideranças de várias religiões na sede da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. “Será um ato em defesa
da cultura contra o fundamentalismo religioso”, adianta Wyllys.
A
próxima reunião da CDH está prevista para quarta-feira (27). A Agência
Brasil tentou falar com o deputado Feliciano, mas o assessor de imprensa
dele, Wellington de Oliveira, disse que o pastor não está atendendo
jornalistas. Ainda segundo o assessor, o deputado continua firme no
propósito de continuar presidindo a comissão e considera as acusações
contra ele infundadas. Oficialmente, durante o fim de semana, o deputado
não terá nenhum encontro com integrantes do PSC e deve se dedicar
exclusivamente a agenda religiosa.
Apesar disso, a pedido do
presidente da Câmara Henrique, que considera a situação do parlamentar
na CDH “insustentável”, o líder do PSC na Casa, André Mora (SE) pediu
que o colega de legenda reavaliasse neste fim de semana sua posição de
não deixar a presidência da comissão.
“Na conversa que nós
tivemos com o presidente Henrique Alves, ele apresentou preocupação com
andamento dos trabalhos da Comissão e com a Câmara Federal. Tudo isso
nós levamos ao pastor Marco Feliciano. Pedimos que ele fizesse uma
reflexão, e na próxima semana teremos uma reunião, primeiro com ele e,
depois, com toda a bancada para discutir o assunto”, diz o líder do PSC.
No
Congresso Nacional, a definição do comando das comissões respeita a
proporcionalidade dos partidos, por isso, mesmo se Feliciano renunciar
ao cargo, a vaga continua com o PSC. Os deputados Hugo Leal (RJ) e
Antônia Lúcia (AC), são vistos como nomes que sofreriam menos
resistências entre diversos movimentos sociais na condução dos trabalhos
da Comissão de Direitos Humanos.
“Acho que quem quer que vá para
a presidência [da Comissão de Direitos Humanos] vai ter separar dogmas
religiosos da condução dos trabalhos. O que daqui pra frente fica claro é
que quem sobe ali, sobe sabendo que a sociedade está vigilante”, avalia
Jean Wyllys. yahoo, com agências
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