O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, que
concorre ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), enfrenta a partir de amanhã (2) nova etapa na disputa, em
Genebra, na Suíça. É o início das consultas informais aos países que
integram a organização sobre suas preferências entre os nove candidatos à
função. A decisão final ocorre até 31 de maio.
O processo de escolha do diretor-geral da OMC é conduzido de tal
maneira que se obtenha um nome de consenso. Não há voto, mas disputa
entre os que detêm mais apoio entre os integrantes do órgão. Além de
Azevêdo, concorrem à direção-geral da OMC Alan John Kwadwo Kyerematen,
da Gana; Anabel González, da Costa Rica; Mari Elka Pangestu, da
Indonésia; Tim Groser, da Nova Zelândia; Amina C. Mohamed, do Quênia;
Ahmad Thougan Hindawi, da Jordânia; Herminio Blanco, do México, e Taeho
Bark, da Coreia do Sul.
O Ministério das Relações Exteriores informou que serão três rodadas
de consultas. Na primeira, de 2 a 9 de abril, há as indicações de cada
um dos membros da OMC. Os cinco nomes mais votados avançarão para a
rodada seguinte, que ainda não teve as datas anunciadas.
Na segunda etapa, serão selecionados dois nomes, que disputarão a
rodada final de consultas. O processo deverá estar concluído até 31 de
maio. O candidato selecionado deverá assumir em setembro, quando termina
o mandato do atual diretor-geral, o francês Pascal Lamy, que tomou
posse no cargo em 2008.
Desde o lançamento de sua candidatura, em 28 de dezembro de 2012, o
brasileiro visitou as capitais de 46 países-membros da organização para
apresentar suas propostas. Azevêdo esteve na América do Sul, Europa,
América Central, no Caribe e na África, assim como na Ásia e no Oriente
Médio.
Segundo Azevêdo, suas propostas baseiam-se em três pilares: as
negociações, o monitoramento dos acordos existentes e a solução de
controvérsias. De acordo com ele, as negociações exigem atenção dos
membros da OMC. O brasileiro alerta que sem a reativação das
negociações, a organização corre o risco de perder credibilidade e
relevância como instrumento para liberalizar o comércio internacional. ABr
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