O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, prestará novo
depoimento à Polícia Federal. A data e o local são mantidos em sigilo
pela PF e por seus advogados. Valério deverá explicar e dar mais
detalhes das acusações feitas ao Ministério Público em setembro - na
época, o Supremo Tribunal Federal julgava o processo do caso.
Uma das acusações a detalhar será a que envolve o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o então
presidente da Portugal Telecom Miguel Horta. Na opinião do procurador
da República Francisco Guilherme Vollstedt Bastos, um dos designados
para o caso, as acusações de Valério indicariam a “possível ocorrência
dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e sonegação fiscal”.
O depoimento, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, desdobrou-se
em investigações abertas a pedido da Procuradoria-Geral da República no
Distrito Federal para apurar as acusações de Valério contra Lula e o
PT. Neste novo depoimento, os investigadores querem que Valério dê
detalhes das acusações - em vários momentos, o operador do mensalão foi
telegráfico ao narrar sua versão dos fatos.
Entre as acusações, Valério afirmou que o “governo/PT” recebeu US$ 7
milhões da Portugal Telecom, acerto feito entre Lula, Palocci e Horta. O
valor teria sido pago por meio de contas de fornecedores da empresa
portuguesa em Macau (China). Marcos Valério apresentou ao MP os números
das contas que teriam recebido os recursos. Dentre elas, estariam as dos
publicitários Duda Mendonça e Nizan Guanaes. “Não resta dúvida,
portanto, quanto à atribuição da Procuradoria (do DF), já que as
autoridades mencionadas não mais possuem foro privilegiado”, afirmou o
procurador da República.AE
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