Prefeitos que tiveram o registro indeferido ou o mandato cassado por
crime eleitoral ou outras irregularidades terão de arcar com o custo das
novas eleições. A Justiça Eleitoral, em parceria com a Advocacia-Geral
da União (AGU), vai entrar com ações contra os eleitos de 26 cidades em
todo o País cujas condutas já levaram à realização de novo pleito este
ano. Há ainda novas eleições marcadas para seis municípios. Desde o ano
passado, 34 ações de ressarcimento referentes às eleições de 2008 foram
ajuizadas objetivando receber dos prefeitos cassados R$ 1,3 milhão de
gastos com novas eleições. Outras ações ainda serão propostas, já que,
desde 2008, foram realizadas 179 eleições suplementares no Brasil.
No próximo domingo, 6, os eleitores de Meruoca (CE) voltam às urnas
para escolher um novo prefeito. As novas eleições em Rodeio Bonito (RS) e
São José das Missões (RS), que aconteceriam na mesma data, foram
suspensas. No dia 2 de junho, outras cinco cidades, duas delas em São
Paulo - Cananeia e General Salgado - realizam novas eleições. As demais
são Primavera (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE) e Simões (PI). A
organização de uma nova eleição é de responsabilidade de cada Tribunal
Regional Eleitoral (TRE), mas o repasse de recursos cabe ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
O TSE entende que o gasto adicional deve ser debitado na conta de
quem o causou, no caso os políticos que deram causa à anulação da
eleição. A Justiça Eleitoral convoca um novo pleito sempre que o
candidato eleito com mais de 50% dos votos tiver o registro indeferido
ou o mandato cassado por conduta vedada pelo Código Eleitoral ou delito
previsto na Lei de Inelegibilidades, como compra de votos, abuso de
poder econômico ou uso indevido dos meios de comunicação. Esses
candidatos perdem os cargos e são convocadas novas eleições.
Em Merouca, o prefeito eleito João Coutinho Aguiar Neto (PT) obteve
58,9% dos votos, mas foi enquadrado na lei da ficha limpa e não pôde
assumir. Em 2 de junho, os eleitores de Cananeia, no litoral sul
paulista, voltam às urnas porque o candidato mais votado, Adriano César
Dias (PSDB), que recebeu 4.117 votos, teve o mandato cassado também com
base na lei da ficha limpa. Também haverá nova eleição em General
Salgado: eleito em outubro com 4.558 votos, David José Martins Rodrigues
(DEM) teve o registro indeferido com base na mesma lei.AE
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