Um painel da Organização das Nações Unidas que investiga crimes de
guerra na Síria disse nesta segunda-feira que não encontrou evidências
conclusivas do uso de armas químicas, voltando atrás em relação a
afirmação de seus integrantes de que havia indícios de que forças
rebeldes haviam usado o gás sarin durante o confronto.
A comissão "deseja esclarecer que não chegou a descobertas
conclusivas sobre o uso de armas químicas na Síria por qualquer lado do
conflito", disse o painel.
O comunicado foi feito depois de Carla Del Ponte, integrante do
painel e ex-procuradora de tribunais de crimes de guerra, ter dito à
televisão suíça que a comissão tinha indícios de que forças rebeldes
usaram o sarin como arma.
Em entrevista levada ao ar na noite de domingo, Del Ponte disse que
os membros do painel tinham "suspeitas fortes e concretas, mas ainda não
provas incontestáveis do uso do gás sarin, a partir da forma como as
vítimas foram tratadas", mas nenhuma evidência de que forças do governo
também usaram o sarin como arma química.
Ela disse que os indícios têm como base entrevistas com vítimas,
médicos e funcionários de hospitais de campo em países vizinhos, embora
haja dúvidas sobre suas afirmações, já que o painel tem entrevistado
principalmente refugiados que se opõem ao regime de Bashar Assad.
O presidente do painel, o diplomata e acadêmico brasileiro Paulo
Sergio Pinheiro, disse em comunicado que o painel "lembra a todos os
envolvidos no conflito que o uso de armas químicas é proibido em todas
as circunstâncias sob a lei humanitária".
O painel foi indicado pelo Conselho de Direitos Humanos, composto por
47 países, o principal organismo de direitos humanos da ONU, para
recolher evidências sobre supostos crimes de guerra e outros abusos na
Síria. As investigações tiveram início em agosto de 2011.
O grupo não teve acesso ao território sírio, embora no início deste
ano tenha realizado pelo menos 1.500 entrevistas e exaustivamente
confirmado as descobertas com outras fontes. O próximo relatório do
painel para o Conselho de Direitos Humanos será entregue em 3 de junho.
As informações são da Associated Press. AP
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