A convenção que escolheu neste domingo a direção do PSDB no Estado
mais populoso do País ignorou o nome do provável candidato do partido à
Presidência da República em 2014. Os líderes tucanos de São Paulo,
incluindo o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra, não
citaram o senador mineiro Aécio Neves durante o evento realizado na
Assembleia Legislativa. Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira,
inclusive, fizeram comentários sobre a situação política nacional, com
ataques ao PT e seus aliados, e destacaram o esforço que o PSDB deve
realizar para reconquistar a Presidência no ano que vem.
O grupo de Aécio teme que seu palanque paulista fique enfraquecido
por falta de empenho dos colegas de partido. Nas últimas campanhas
presidenciais, quando Serra e Alckmin foram os candidatos tucanos, Aécio
foi acusado por colegas de partido de fazer “corpo mole” em Minas
Gerais. Daí o temor de que os paulistas “deem o troco” na eleição de
2014.
O deputado federal Duarte Nogueira, eleito para a presidência da
executiva do diretório estadual paulista, procurou minimizar o fato de o
senador mineiro não ter sido lembrado em nenhum momento no evento. O
parlamentar disse que se tratava de uma convenção estadual e que as
atenções estavam completamente voltadas para o desempenho do partido no
Estado.
Indagado sobre o projeto de seu antecessor no cargo, o deputado
estadual Pedro Tobias, de promover reuniões entre lideranças tucanas do
interior do Estado com Aécio, Nogueira disse que o plano será mantido.
Logo em seguida, no entanto, acrescentou: “Serão encontros com Aécio e
outras lideranças.” Entre essas outras lideranças, acrescentou, estariam
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra, Alckmin e prefeitos
tucanos cujas administrações foram consideradas “exemplares”.
Serra apareceu na convenção ao lado de Alckmin e, ao discursar,
deixou implícita sua disposição de continuar interferindo na vida do
PSDB. Ao se referir às atividades executivas que já desempenhou a
serviço do legenda, afirmou: “Já tive muitos cargos na minha vida e
quero ter ainda mais.”O novo presidente da executiva estadual comemorou a
manifestação do ex-governador.“Como presidente estadual, vou estimular o
Serra a disputar cargos. Afinal, trata-se de uma maiores lideranças do
partido.”
No discurso, disse ser contrário ao acúmulo de cargos e lembrou que,
ao assumir a liderança do PSDB no Senado, no governo do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, desistiu de presidir o diretório do partido
em São Paulo. Nesse momento, um dos assuntos debatidos entre os tucanos é
justamente a conveniência de Aécio assumir a presidência nacional do
PSDB. O tema deverá aparecer na convenção nacional, prevista para 18 de
maio, em Brasília.
Questionado por jornalistas sobre a definição da candidatura do
partido ao Palácio do Planalto, o ex-vice-governador Alberto Goldman,
aliado de Serra, afirmou que nada está definido ainda. “A eleição é
daqui a um ano e meio. O partido não tem nada definido até agora.
Depende da convenção (nacional do partido, em 18 de maio)”, afirmou o
tucano. “O (nome) mais provável é do Aécio, o que não quer dizer que é
questão fechada”, completou o ex-vice-governador. AE
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