Rio de Janeiro – A Polícia Federal concluiu hoje (4) a Operação
Nações Unidas, que desarticulou uma quadrilha de brasileiros,
colombianos, espanhóis e portugueses investigados por associação,
financiamento, tráfico internacional e lavagem de dinheiro. Ao todo, dez
pessoas foram presas de 31 de maio até ontem (3) no Brasil e em países
europeus. Um homem, que também faria parte da quadrilha e estava sendo
procurado, foi assassinado no Panamá há duas semanas.
As investigações, que tiveram apoio das polícias dos Estados Unidos,
da Espanha, de Portugal, da Colômbia e do Uruguai, duraram cerca de um
ano e meio e resultaram em duas denúncias apresentadas pelo Ministério
Público Federal (MPF) à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Foram expedidos 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão nos
estados do Pará, de Rondônia, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e
de São Paulo. A Justiça decretou também a apreensão de imóveis, empresas
e contas bancárias dos suspeitos, num total estimado em R$ 5 milhões.
A primeira denúncia é sobre lavagem de dinheiro do narcotráfico
internacional e envolve cinco pessoas comandadas pelo colombiano
Alexander Pareja, residente no Rio de Janeiro. Preso pela Polícia
Federal em 2007, sob acusação de lavagem de dinheiro, Pareja foi solto
em 2008. Desta vez ele foi preso em Minas Gerais e levado para o
Presídio de Divinópolis, em Minas Gerais.
De acordo com o delegado Paulo Teles, reponsável pelas
inevestigações, Pareja converteu em bens recursos provenientes do
narcotráfico, mediante a aquisição, a partir de 2009, de imóveis e
empresas de distintos ramos de atividade econômica. "Eles investiram em
postos de combustível, uma construtora e um areal, além de fornecer
recursos para uma usina de álcool localizada no interior de São Paulo." O
Ministério Público pediu a instauração de inquérito policial
complementar para aprofundar as investigações de outros eventos
possivelmente relacionados à lavagem de dinheiro praticada por Pareja,
informou Teles.
A segunda denúncia do MPF é sobre uma associação para fins de
narcotráfico internacional composta por 12 acusados, entre os quais
Henry Alejandro Rodriguez Gallego (El Negro), cunhado de Pareja.
Instalado no Rio Grande do Sul, o grupo enviou duas remessas de cocaína
para a Europa em outubro e novembro do ano passado.
Segundo o delegado, o grupo camuflava a cocaína em meio a volumes de
pescado exportado para Portugal, envolvendo empresas estabelecidas nesse
ramo nos dois países. A droga era ocultada no interior de embalagens de
gelo gel usadas na conservação dos peixes, que eram despachados de avião pelo Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Caso sejam condenados, os acusados poderão pegar penas de oito a 30 anos de prisão. ABr
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