Protesto na Capital tem mais de 100 detidos e cenas de vandalismo se repetem

Em Porto Alegre, a marcha saiu da Prefeitura em direção ao Gasômetro, pela Avenida Mauá e seguiu sem registros de problemas até a Avenida Borges de Medeiros, no centro da capital gaúcha. Cerca de 50 pessoas se separaram dos demais manifestantes que protestavam no centro, e começaram a depredar bares que estavam fechados, contêineres e motos na região do Bairro Cidade Baixa. Quebraram vidraças e portas dos estabelecimentos e saquearam veículos. 
Mais tarde, outro grupo saqueou lojas no Centro. Pelo menos 15 contêineres foram incendiados.
Ao menos 100 manifestantes foram presos por atos de vandalismo na Cidade Baixa e no Centro de Porto Alegre. Por volta das 23h, 20 pessoas foram detidas na região central. Segundo a Brigada Militar, eles teriam promovidos saques a duas lojas, uma na Andradas e uma na Dr. Flores. Com eles, foram encontradas duas TVs de 42 polegadas, uma TV de 40 polegadas e dois notebooks. A agência do Banrisul, destruída na última quinta-feira, na Avenida João Pessoa, foi novamente vandalizada nesta segunda-feira.
Diferente dos últimos protestos, a manifestação contou com a presença de representantes de movimentos sociais e de partidos políticos. Os cartazes levados pelos protestantes mostravam, entre outras mensagens, as cinco principais causas pelas quais estão lutando, principalmente a PEC-37.

Entenda o caso
A maior onda de protestos da história recente do país eclodiu no mês de junho e teve as redes sociais como catalisador. As manifestações, inicialmente contra o aumento das passagens, levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em dezenas de cidades brasileiras. Os atos não possuem vinculação partidária.
Em Porto Alegre, os protestos começaram ainda em março. Manifestantes depredaram a prédios públicos e privados. Eles reivindicam a redução do valor da passagem para R$ 2,60. A tarifa chegou a subir para R$ 3,05 na capital, mas uma liminar derrubou o reajuste, e o preço segue R$ 2,85. No dia 13 de junho, em um novo protesto pelas ruas do Centro e Cidade Baixa, 23 pessoas foram presas.
Porém, os protestos mais violentos aconteceram na cidade de São Paulo, que registra atos desde 6 de junho. No dia 13, policiais e manifestantes entraram em confronto, e a capital paulista virou um cenário de guerra. Balas e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pelos PMs, e os manifestantes respondiam com paus e pedras. Mais de uma centena de pessoas ficaram feridas.
O dia 17 de junho foi o mais intenso: manifestações aconteceram em mais de 10 capitais brasileiras. Desta vez o motivo não era apenas o aumento das passagens, mas também contra a Copa das Confederações, repressão policial, corrupção, e melhores condições de saúde e educação. Mais de 100 mil pessoas fecharam ruas no Rio de Janeiro, e a Assembleia Legislativa foi depredada. Em São Paulo 65 mil pessoas fecharam avenidas. Em Brasília, houve tentativa de invadir o Congresso Nacional.
Os primeiros resultados começaram a ser obtidos. São Paulo, Rio, Porto Alegre e outras cidades revogaram o aumento das passagens. Mas as medidas tomadas pelas prefeituras não frearam os protestos, e os atos seguiram.
O grande problema, tanto para os governos quanto para os ativistas, são os atos de vandalismo cometidos por uma minoria radical. Depredações, saques, começaram se tornar rotineiros. No dia 20, um jovem de 18 anos morreu atropelado em Ribeirão Preto, e no dia seguinte, em Belém do Pará, uma gari que respirou gás lacrimogêneo também morreu.
Nas redes sociais, protestos continuam sendo marcados, sempre com confirmação maciça dos jovens, segundo informações da Rádio Gaúcha.. 
 
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