Por pressão do Movimento Passe Livre, os 51 vereadores presentes no plenário da
Câmara Municipal de São Paulo aprovaram por unanimidade a proposta de criação de
mais uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Casa, abrindo a
possibilidade de investigar o setor de transporte público do município. Pelo
regimento, apenas duas CPIs podem funcionar ao mesmo tempo e, em casos
excepcionais, pode ser aberta uma terceira. Atualmente, existem duas em
andamento: a do setor de estacionamentos e a que investiga a exploração
sexual.
Vários pedidos de criação de CPI estão protocolados na Mesa da Câmara
Municipal, três deles propõem investigar o setor de transporte público. A
votação para escolher a CPI que será criada está prevista para amanhã (27). O
vereador Ricardo Young (PPS), autor de uma delas, teme uma manobra para que seja
aprovada a proposta do colega Paulo Forilo (PT), que pretende "analisar e
avaliar as planilhas de custo do transporte coletivo por ônibus" em São Paulo. A
preocupação de Young é que seja aprovada uma CPI que tenha a relatoria ou a
presidência do PT, o mesmo partido do prefeito. A terceira proposta é do
vereador Paulo Frange (PTB).
Antes do início da sessão de hoje, um grupo de manifestantes protestou em
frente ao prédio da Câmara. Eles cobravam a instalação de uma comissão de
inquérito para investigar o setor de transporte. O grupo, inclusive, chegou a
interromper o trânsito em uma das faixas do Viaduto de Jacareí, onde fica a sede
do Legislativo da capital paulista.
Durante a sessão de votação, pessoas ligadas a vários movimentos sociais
ocupavam as galerias da Casa, entre elas as do Movimento Passe Livre (MPL),
pediam para os vereadores investigar o setor de transporte público do município.
"Vamos abrir a caixa-preta", gritavam.
Para Nina Campello, do MPL, a CPI é importante, mas não é prioridade do
movimento. Na avaliação dela, é importante questionar a planilha de custos do
transporte público. "Não ficou claro e nem mesmo o PT soube esclarecer, se as
planilhas atuais foram baseadas nas planilhas de 2011 e se aumentou o percentual
de custos, ou se houve questionamento completo das planilhas e dos custos que os
empresários apresentaram", disse ao conversar com a imprensa.
Nina também comentou o anúncio feito hoje pelo prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, que suspendeu a licitação para a renovação das linhas de ônibus
da cidade. "É uma iniciativa importante para que a gente tenha abertura maior
para a participação popular na renovação das concessões, mas precisamos ver o
que a prefeitura vai indicar", ressaltou. AE
- Blogger Comment
- Facebook Comment
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários:
Postar um comentário