O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado,
disse hoje (28) que a decisão sobre o futuro do senador boliviano Roger
Pinto Molina está nas mãos da presidenta Dilma Rousseff. Ele disse que
não tem informações sobre pedidos de extradição ou devolução do parlamentar para a Bolívia.
"Quem conduz essa questão é a presidenta Dilma e portanto será feito
o que ela determinar. Os dois governos [da Bolívia e do Brasil] estão
em contato permanente. Portanto, não é uma crise com a Bolívia em si. Há
conversas em curso e será feito o que a presidenta determinar", disse o
chanceler, na primeira entrevista coletiva depois de tomar posse no
Ministério das Relações Exteriores.
Figueiredo negou a existência de uma crise entre o Brasil e a
Bolívia deflagrada pela retirada de Pinto Molina da embaixada
brasileiras em La Paz (capital boliviana). O chanceler contou ter
conversado de forma amistosa com o embaixador da Bolívia no Brasil,
Jerjes Justiniano Talavera, na cerimônia de posse hoje pela manhã.
Cauteloso, o chanceler disse que não vai se manifestar sobre a ação,
organizada pelo encarregado de Negócio dos Brasil na Bolívia, Eduardo
Saboia, para retirar Pinto Molina, que ficou 455 dias abrigado na
embaixada brasileira. Ele disse que aguardará o resultado da
investigação em curso na comissão de sindicância do ministério.
“Não é que eu não tenha opinião [sobre o assunto]. Eu tenho”, ressaltou Figueiredo. No discurso, ele defendeu o respeito e a preservação da hierarquia.
Figueiredo disse ainda que o embaixador Marcel Biato, que antecedeu Saboia e teve nomeação para a Suécia retirada
pela presidente da República, já foi informado de que terá de retornar a
Brasília. O chanceler disse conversou com Biato informando sobre as
novas orientações.
O chanceler informou ainda que foram escolhidos os novos integrantes
da comissão de sindicância, que investigará o tema. São eles os
embaixadores Paulo Estivallet Mesquita, diretor do Departamento
Econômico, e Rodrigo do Amaral Souza, do Departamento de Imigração e
Assuntos Jurídicos. Ambos substituem os embaixadores Glivânia Maria de
Oliveira e Clemente de Lima Baena Soares, que se declararam impedidos de integrar a equipe. ABr
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