O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo
Machado, disse hoje (28) que não vai tolerar qualquer tipo de
discriminação ou assédio na pasta. A advertência ocorre no momento em
que o Itamaraty investiga denúncias de assédio e discriminação
envolvendo o ex-cônsul-geral do Brasil em Sydney (Austrália) e seu
adjunto. Ambos deixaram os cargos, mas o processo de apuração está em
curso.
“Nesta casa [Itamaraty] tampouco há lugar para discriminação, nem
assédio. Comportamentos desse tipo não serão tolerados”, destacou
Figueiredo, na presença de diplomatas estrangeiros e brasileiros,
durante a cerimônia na qual recebeu o cargo do ex-chanceler Antonio
Patriota.
No que refere à discriminação, o alerta de Figueiredo ocorre após
declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, que disse ter sido vítima de discriminação racial na prova de
seleção para ingresso no Itamaraty.
Em maio, o então cônsul-geral do Brasil em Sydney (Austrália),
Américo Fontenelle, recebeu ordens para deixar o posto. Paralelamente,
foi aberto processo administrativo disciplinar contra ele e seu adjunto,
Cesar Cidade. Os dois diplomatas foram denunciados por funcionários por
assédio moral e sexual, homofobia e desrespeito.
As investigações são conduzidas por três embaixadores, com
experiência consular e questões administrativas. Ao final das apurações,
os dois diplomatas podem ser condenados com uma simples advertência
oral ou até exonerados de suas funções. Ao Itamaraty, Fontenelle e
Cidade negam as acusações. ABr
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