A estratégia da presidente Dilma Rousseff para recuperar a
popularidade perdida e embicar a campanha do segundo mandato prevê um
novo “casamento” com Luiz Inácio Lula da Silva, seu padrinho político. A
partir deste mês, Dilma começará a aparecer em programas de TV, falando
para diferentes públicos, como fez no início do governo. A ideia é que
ela destaque a parceria com Lula desde 2003.
De aparições para atrair apoio das camadas populares a entrevistas
com foco econômico, dirigidas a eleitores de maior poder aquisitivo,
tudo está sendo planejado no Palácio do Planalto para reabilitar Dilma
até dezembro. A intenção da presidente é também explicar projetos que
causam polêmica, como o Mais Médicos, e “vender” as concessões em
rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, previstas para sair do papel a
partir de setembro, após um ano de atraso. Em comum, nas entrevistas, a
nova tentativa de colar sua imagem à de Lula.
Dilma já foi convidada para participar do “Programa do Ratinho”, do
SBT, vice-líder de audiência no horário nobre. Por lá passaram
recentemente seus prováveis adversários Aécio Neves (PSDB) e Marina
Silva (sem partido). No radar do Planalto também estão programas
voltados para a dona de casa, como “Mais Você”, de Ana Maria Braga (TV
Globo).
Além de reconquistar o público feminino, a presidente também pretende
aparecer no popular “Brasil Urgente”, de José Luiz Datena (Band), e no
“Esquenta!” (TV Globo), de Regina Casé.
A eficácia da tática que prevê o reforço da associação de Dilma com
Lula e a ida a programas de grande audiência na TV, porém, chegaram a
provocar dúvidas na equipe de comunicação do governo. Não foram poucos
os auxiliares que consideraram arriscada a estratégia da exposição ao
vivo, nesse momento de crise, às vésperas do 7 de Setembro, quando deve
haver nova onda de protestos, com o Grito dos Excluídos.
As últimas pesquisas qualitativas encomendadas pelo marqueteiro João
Santana, no entanto, mostram que, apesar das divergências e dificuldades
de gestão, ainda há uma “simbiose positiva” entre Dilma e Lula. As
“quali”, como são chamadas essas consultas, medem impressões e servem
como termômetro do humor dos eleitores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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