Genebra – Os refugiados sírios, que abandonaram seu país devido à guerra civil, estão sujeitos à violência sexual e a exploração, além de as crianças serem recrutadas como soldados, alertaram hoje (6) as Nações Unidas (ONU).
O relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) analisa a assistência aos mais de 1,8 milhão de refugiados sírios espalhados pelos países vizinhos, sobretudo na Jordânia, no Líbano e no Iraque.
O Acnur está particularmente preocupado com o elevado número de crianças refugiadas que não estão na escola, o que as torna ainda mais vulneráveis ao recrutamento por grupos armados, que querem levá-las de volta para a Síria.
“Há pessoas diabólicas neste mundo, que exploram crianças em situações vulneráveis”, desabafou Melissa Fleming, porta-voz do Acnur.
Todos os refugiados estão sujeitos a pressões para realizarem trabalhos forçados e as mulheres estão particularmente vulneráveis à violência doméstica e sexual e ao casamento precoce, segundo o Acnur.
A falta de leis nos locais de acolhimento dos refugiados, onde operam redes de crime organizado, é uma das explicações encontradas pela agência das Nações Unidas.
Cerca de 60% dos refugiados vivem fora dos campos abertos pelo Acnur em conjunto com as autoridades dos países de acolhimento, o que cria grandes dificuldades de funcionamento para as comunidades locais, incapazes de gerir o acolhimento a tantas pessoas.
A Síria vive, desde março de 2011, um conflito sangrento que opõe as forças do regime, apoiadas pelo movimento xiita libanês Hezbollah, aos grupos rebeldes, que recebem apoio de alguns países ocidentais e do Oriente Médio. Segundo as Nações Unidas, a guerra civil já fez mais de 100 mil mortos.
Hoje (6), após uma série de reveses diante das tropas leais ao regime do presidente Bashar Al Assad, os rebeldes tomaram o controle de uma base aérea estratégica, perto da cidade de Alepo, no Norte do país. Lusa/ABr
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