Novas denúncias de espionagem americana envolvendo a presidente Dilma
Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, sacudiram o Brasil
nesta segunda-feira, 2. "Estamos em uma situação de emergência por causa
dessas denúncias de espionagem", indicou o ministro da Secretaria-Geral
da Presidência, Gilberto Carvalho, pouco antes da reunião
extraordinária convocada pela presidenta para discutir a denúncia
revelada no programa Fantástico da TV Globo na noite de domingo, 1.
Entre os ministros convidados, estavam o da Defesa, Celso Amorim, o das
Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e o da Justiça, José
Eduardo Cardozo. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas
Shannon, também foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores
para explicar os fatos revelados no programa.
As denúncias fazem referência a um documento atribuído à Agência
Nacional de Segurança (NSA na sigla em inglês), segundo o qual
comunicações da presidente Dilma Rousseff foram monitoradas, assim como
as do mexicano Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência.
Caso
as informações sejam confirmadas, seria uma situação "inaceitável",
disse o ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo.
A reportagem contou com a colaboração do jornalista Glen Greenwald,
do jornal britânico The Guardian, que divulgou os documentos do
ex-técnico de informático Edward Snowden, procurado pelos Estados
Unidos.
Greenwald vive no Rio de Janeiro e se reuniu com Snowden em junho em Hong Kong.
Procurada pela AFP, a embaixada americana não quis comentar a convocação do embaixador em Brasília.
Um porta-voz da Presidência mexicana consultado pela AFP também indicou que não comentará o caso no momento.
Dilma fará uma visita de Estado a Washington em outubro
A presidente, Peña Nieto e Barack Obama são esperados na cúpula do
G20, que reunirá as maiores nações industrializadas e emergentes no
final desta semana em São Petersburgo, na Rússia.
O governo brasileiro já havia pedido explicações aos Estados Unidos e
indicado que poderia levar o caso a organismos internacionais, depois
que o jornal O Globo divulgou em julho que o Brasil fazia parte de uma
rede de 16 bases de espionagem operadas pelos serviços de inteligência
dos Estados Unidos, que monitoraram milhões de chamadas telefônicas e
e-mails.
Esse assunto foi discutido na visita do secretário de Estado
americano, John Kerry, em agosto, após a qual o Brasil considerou que as
explicações não eram satisfatórias.
O ministro brasileiro da Justiça viajou semana passada aos Estados
Unidos para abordar o assunto e se reuniu com o vice-presidente Joe
Biden.
Cardozo informou que o governo americano rejeitou uma proposta
brasileira de negociar um acordo bilateral relativo às atividades de
espionagem.
Uma coletiva de imprensa dos ministros da Justiça e das Relações
Exteriores foi convocada para a tarde desta segunda-feira em Brasília. AFP
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