Uma saia-justa marcou o início da visita de parlamentares federais e
representantes de setores da Comissão da Verdade ao I Batalhão de
Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio, onde funcionou o
DOI-Codi durante a ditadura militar. No portão de entrada, o deputado
federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) trocou empurrões com os senadores
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e com João Capiberibe (PSB-AP).
Aos gritos de "você não tem moral de me impedir de entrar", Bolsonaro
acusou Capiberibe de cercear sua visita ao quartel. Rodrigues
colocou-se no meio dos dois para apaziguar os ânimos e os três acabaram
trocando empurrões. A confusão foi contornada quando os militares do
Exército permitiram a entrada de todos no quartel, inclusive Bolsonaro.
O deputado do PP foi vaiado por cerca de 30 manifestantes ligados ao
grupo Tortura Nunca Mais-RJ e a movimentos de esquerda e gritavam "Fora
Bolsonaro". A comitiva entrou no batalhão por volta das 10h30, trinta
minutos após o previsto.
Além de Bolsonaro, Capiberibe e Rodrigues, também entraram a deputada
federal Luiza Erundina (PSB-SP) e quatro integrantes da Comissão
Estadual da Verdade: Wadih Damous e Marcelo Cerqueira (representando a
comissão nacional) e Álvaro Caldas e Nadine Borges (representando a
comissão estadual).
Antes da visita, Wadih Damous considerou a presença de Bolsonaro uma
provocação. "Ele é um ser estranho a esta comitiva". Bolsonaro
respondeu: "Eles não aceitam o contraditório. A única opinião certa é a
deles".AE
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