Os jornais alemães foram unânimes em reconhecer que a
vitória de Angela Merkel foi uma prova de seu domínio na política da
Alemanha. No entanto, muitos analistas ressaltaram que os eleitores
podem ter sido conduzidos não por convicções políticas, mas uma questão
de simpatia pela personalidade da chanceler. Em artigo no diário "Bild",
Nikolaus Blome defendeu que a vitória da conservadora não foi decidida
por questões econômicas, mas sim pela questão: "Em quem os alemães
confiam para ser racional e ter fortes nervos no cargo de chanceler?".
O comentarista Heribert Prantl, do "Sueddeutsche Zeitung", sintetizou
essa ideia falando em uma "era Merkel", na qual os alemães criaram um
apreço pelo estilo da chanceler e pela maneira como ela defende uma face
não combativa do conservadorismo.
"Essa é a era do Merkelismo - uma política do poder, cujo poder é
quase imperceptível. Os cidadãos alemães não deram a Merkel apenas uma
vitória, eles deram a ela um triunfo", escreveu Zeitung.
Na mesma linha, o analista Berthold Kohler, do "Frankfurter
Allgemeine Zeitung", afirma que os cristãos democratas alemães não
apostaram em um programa, mas sim em uma pessoa nas últimas eleições, o
que deu certo no última pleito, mas pode esvaziar a legenda de
convicções políticas.
'Vitória sem direção'
Por outro lado, Thomas Schmid, do "Die Welt", disse que a vitória de
Merkel não tem clareza ou direção, pois, apesar do favoritimo da
chanceler, não ficou claro na campanha se ela vai buscar reformas tanto
externas quanto internas.
"Os alemães gostam de Merkel pois ela faz o seu trabalho
discretamente e, aparentemente, sem qualquer narcisismo, sem irritar ou
incomodar os eleitores. Mas será isso suficiente para o país?", pergunta
ele. (O Globo)
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