O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (30) que os gastos
do país com juros estão caindo, mas que poderiam ser reduzidos ainda
mais. "Hoje, gastamos 4,7% do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos
os bens e serviços produzidos no país] com juros, que é algo que
pouquíssimos países fazem. Alguns países avançados passaram a fazer isso
por causa da crise, mas, normalmente, ninguém gasta mais que 1,5% ou 2%
do PIB com juros."
Ao participar da abertura do 10° Fórum de Economia da Fundação
Getulio Vargas (FGV), o ministro ressaltou que o Brasil, que já chegou a
gastar 8% do PIB com juros, deverá criar condições para gastar cada vez
menos. Ele defendeu que a aplicação do dinheiro economizado em
investimento e educação.
Mantega falou também sobre possíveis cortes de despesas pelo governo
dos Estados Unidos, medida que, segundo ele, traria impactos negativos
para o Brasil. De acordo com o ministro, o Congresso norte-americano,
que vota nesta semana o aumento do teto da dívida, não deveria exigir
que o governo corte despesas, pois isso poderia prejudicar o crescimento
da economia por lá.
“Para nós, seria melhor que não houvesse essa limitação e que o
governo americano estivesse fazendo, não só a política monetária, mas
também a política fiscal expansionista. Aí, sim, o PIB americano ia
crescer 2,5% ou 3%, e [o país] estaria importando mais produtos do
Brasil, da Europa, da China”, explicou. “Este seria o melhor cenário.”
Perguntado sobre a situação das empresas do grupo EBX, que poderão
entrar com pedido falência nas próximas semanas, Mantega disse que esses
fatos arranham a reputação do país. “A situação da OGX já causou um
problema para a imagem do país e para a Bolsa de Valores, que teve uma
deterioração de 10% em função dessas empresas.”
Para Mantega, as empresas precisam de uma solução de mercado. “Não é o
governo que vai fazer alguma coisa, e eu espero que eles consigam se
ajeitar o mais rápido possível”, disse o ministro. ABr
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