José Dirceu já fez e refez mentalmente os cálculos de quanto tempo
passará trancado caso o Supremo Tribunal Federal rejeite os recursos de
seus advogados.
A matemática do primeiro ministro da Casa Civil do governo Lula,
personagem-símbolo do mensalão, condenado a 10 anos e 10 meses de
detenção por comandar o esquema, é a seguinte: ele tem direito a pedir
progressão de regime para o semiaberto - em que é obrigado a apenas
dormir na cadeia - após um sexto da pena, mas quer cozinhar e lavar
roupa na prisão para adiantar em seis meses esse benefício.
Assim, chega ao seu tempo de cárcere: 1 ano e 4 meses.
O petista tem dito aos mais próximos que não acredita num novo
julgamento pelo Supremo, algo que lhe daria a chance de diminuir sua
pena.
Diz, segundo relatos, que gostaria de ficar preso nas proximidades de
Vinhedo, cidade onde mora, como no Centro de Ressocialização de
Limeira, a 151 km da capital paulista.
Mas afirma que outra alternativa seria cumprir a pena no presídio de
Tremembé, a 147 km de São Paulo, onde diz que a presença de integrantes
da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) reduz o risco de
rebeliões.
Nos últimos dias, Dirceu passou a se preparar para a prisão e a
pensar como fará para se comunicar, para escrever e continuar a fazer
política. Tem dito que já imaginava um resultado ruim quando o Supremo,
seis anos atrás, recebeu a denúncia do Ministério Público Federal e
abriu a ação penal contra 40 pessoas - 25 acabaram condenadas.
O ex-ministro tem afirmado ainda que desconfia que o tribunal possa
decretar as prisões imediatamente, logo após o julgamento dos primeiros
embargos de declaração, que devem ser concluídos nesta quarta-feira, 4, -
normalmente, os ministros do STF mandam prender os condenados após uma
segunda leva de recursos.AE
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