"O PMDB pernambucano não pode continuar refém do dr. Eduardo Campos e
ter suas decisões tomadas por outro partido, o PSB". O desabafo é do
prefeito reeleito de Petrolina, no sertão, Julio Lóssio (PMDB), cassado
em agosto pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) por abuso de poder
político durante a campanha eleitoral do ano passado.
Em carta à presidência nacional e à direção estadual do PMDB, ele
colocou seu nome para disputar o governo pernambucano. Também reivindica
que o partido discuta seus próprios caminhos na próxima eleição ao
invés de "se submeter à decisão do governador".
"É um grande equívoco", afirmou. "Devemos exercer democracia dentro
do PMDB estadual". Único prefeito da sigla no Estado a fazer oposição ao
governo Eduardo Campos, Lóssio, pretende dar uma "sacudida" no partido,
que ao seu ver, está sob o domínio de Campos.
Na sua avaliação, o PMDB só perdeu ao fazer aliança com o PSB para a
prefeitura do Recife, elegendo o apadrinhado político de Campos, Geraldo
Júlio. "A legenda tinha dois vereadores na capital e agora só tem um",
observou.
Ele também não aceita que o diretório estadual não se curve à direção
nacional, aliado do PT, que apoia a reeleição da presidente Dilma. "Se
minha reivindicação for derrotada, eu aceito, mas o partido também deve
acatar as decisões do fórum nacional". Em Pernambuco, o PMDB apoiará uma
eventual candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República, com a
bênção da sua principal liderança no Estado, o senador Jarbas
Vasconcelos.
Lóssio foi reeleito prefeito de Petrolina com 45,29% dos votos,
derrotando o candidato do PSB, Fernando Filho, filho do ministro da
Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Foi o PSB que o denunciou
por abuso, por ele ter regularizado um loteamento no período eleitoral. A
cassação foi decidida pelo voto de minerva do presidente do tribunal
estadual. O prefeito recorreu.
O presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, lamentou que Lóssio
tenha preferido mandar uma carta, ao invés de procurá-lo. Frisou ser
contrário à decisão do TRE-PE. "Sua reivindicação é legítima e será
analisada pelo partido", assegurou.AE
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