A Rússia abriu nesta terça-feira uma investigação por pirataria contra
militantes do Greenpeace, que serão processados, independente de sua
nacionalidade, por sua ação contra uma plataforma da gigante energética
russa Gazpron no Ártico.
A tripulação do "Artic Sunrise", um
navio de bandeira holandesa, está integrada por 30 militantes de 16
nacionalidades, entre eles quatro russos, disse uma porta-voz do
Greenpeace, Maria Favorskaia, citada pela agência Ria Novosti. A bióloga
brasileira Ana Paula Maciel também integra esta tripulação.
"Uma investigação criminal correspondente ao artigo 227 parte 3 do
código penal (pirataria em grupo organizado) foi aberta", indicou a
Comissão de Investigação em um comunicado. Ela acrescentou que as
pessoas envolvidas serão processadas "independentemente de sua
nacionalidade".
Este anúncio é feito no mesmo dia em que o barco do Greenpeace tomado
de assalto na quinta-feira no Ártico pelas forças de segurança chegou a
Murmansk (noroeste).
"O Arctic Sunrise chega a Murmansk", escreveu o Greenpeace no
Twitter, onde publicou uma foto do barco da guarda-costeira russa
rebocando o da ONG ecologista.
A bordo da embarcação estão os militantes da ONG, que podem ser
julgados por pirataria em grupo organizado, um crime que na Rússia é
passível de até 15 anos de prisão.
O quebra-gelos do Greenpeace havia sido enviado à região para
protestar contra um projeto de exploração do gás russo Gazprom. Foi
tomado de assalto pelas forças russas no mar de Pechora, no Ártico.
Dois
militantes do Greenpeace, um suíço e um finlandês foram detidos por
algumas horas no navio da guarda-costeira russa, depois de terem tentado
escalar a plataforma petroleira Prirazlomnaia.Dois investigadores
russos foram enviados a Murmansk para "interrogar todos os
participantes" e "deter os mais ativos", indicou a Comissão de
Investigação sem fornecer mais detalhes.
Este órgão, encarregado de investigações criminais na Rússia, acusa
os militantes do Greenpeace de colocar em risco não apenas as pessoas
que trabalhavam na plataforma, mas também o meio ambiente.
"É difícil acreditar que estes supostos militantes ignoram que (a
plataforma) era um alvo de alto risco e que qualquer ação não autorizada
poderia causar um acidente que teria colocado em perigo não apenas as
pessoas que ali se encontravam, mas também a ecologia", disse a Comissão
em um comunicado.
Desde que a embarcação do Greenpeace foi abordada pelas forças
russas, muitas manifestações foram organizadas diante de embaixadas da
Rússia em todo o mundo.
Além disso, 50 ONGs de defesa do meio ambiente e cerca de 400.000
pessoas assinaram petições a favor da liberdade dos militantes, indicou o
Greenpeace.
Esta ONG denuncia uma abordagem ilegal de seu barco que, segundo ela, foi feita fora das águas territoriais russas.
O ministério russo das Relações Exteriores convocou na quinta-feira o
embaixador da Holanda para protestar contra as ações agressivas dos
ecologistas. A Rússia considera prioritário o desenvolvimento do Ártico,
uma imensa zona rica em hidrocarbonetos que até o momento não foi
explorada. (AFP)
- Blogger Comment
- Facebook Comment
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários:
Postar um comentário