O governador de Pernambuco e possível candidato a presidente da
República Eduardo Campos (PSB) garantiu nesta quarta-feira, 30, que a
disputa eleitoral, com o PSB e o PT em campos opostos, não vai afetar a
boa relação que mantém com o ex-presidente Lula. "Foi assim em 2012, vai
ser assim em 2014", afirmou ele, ao lembrar que em 2012 os dois
partidos estiveram em palanques diferentes pela prefeitura do Recife e a
relação foi preservada.
"Não estamos tratando de eleição de 14 ainda", frisou, ao ser
indagado se entendia como "recado" a fala do ex-presidente, nesta
quarta, na Câmara, quando disse que os companheiros de Pernambuco o
aguardassem. "Logo, logo estarei lá", avisou o ex-presidente. No dia
anterior Lula havia dito que Eduardo Campos não tinha noção da encrenca
em que tinha se metido ao se aliar com Marina.
"Tenho uma relação com o presidente Lula que vai além das questões
conjunturais e eleitorais", reiterou. "Esta relação ficou inteiramente
preservada quando tivemos situação de palanques que não eram os mesmos e
nem por isso deixamos de ter relação de grande respeito, que continua
viva".
Sobre a opinião do ex-presidente de que Marina representa "encrenca",
reagiu bem humorado: "Fica tranquilo, isso vai dar tudo certo", disse
rindo.
Ele destacou que a própria Marina, no encontro PSB-Rede, na
segunda-feira, 28, em São Paulo, deixou clara a necessidade de se
guardar as relações de respeito e poder olhar o interesse do País.
"Temos 20 anos de janela demográfica para organizar as coisas no
Brasil se não quisermos perder este século", alertou. "E isto exige de
cada um de nós um debate muito mais profundo do que o debate das brigas
eleitorais". Campos observou que o mundo está mudando, que os paradigmas
estão mudando e que ainda há o rescaldo da maior crise do capitalismo
em curso na vida dos grandes blocos econômicos. "Não podemos mergulhar o
País em um debate medíocre, de ódio, de raiva de pessoas, de disputas
que não sejam disputas de visão".
A viagem de nove dias que inicia nesta quinta-feira, 31, para a
Inglaterra e Alemanha é, segundo ele, "agenda de trabalho de governo",
sem conotação política. O governador explicou ter recebido autoridades
dos dois países em Pernambuco, tanto corpo diplomático como
empreendedores, o que demandou "esta agenda para que a gente possa ter
novidades nesse próximo encontro de trabalho".
Ele vai acompanhado dos secretários de Desenvolvimento Econômico,
Márcio Stefanni, e de Recursos Hídricos e Energéticos, Almir Cirilo.
"Será uma programação intensa", antecipou.
O governador falou com a imprensa depois de assinar ordem de serviço
de requalificação da BR-101 em um trecho de 30,7 quilômetros e
implantação de corredor exclusivo para ônibus, beneficiando o Recife e
os municípios metropolitanos de Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima e
Paulista. No discurso, agradeceu a parceria com o governo federal,
responsável por um terço dos recursos da obra de mobilidade que foi
planejada desde 2007.AE
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