O encerramento dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas
(ONU) foi marcado pelo apelo à elaboração de uma nova agenda global
sobre desenvolvimento sustentável. No discurso de encerramento do
presidente da assembleia, John Ashe, ontem (1º), ele pediu que os
Estados-Membros da organização avancem decisivamente na eliminação da
pobreza e no combate ao subdesenvolvimento, de forma a aliar crescimento
econômico, inclusão social e proteção ambiental.
Líderes mundiais, chefes de Estado e de governo estiveram reunidos em
Nova York, nos Estados Unidos, desde o último dia 24 para a Assembleia Geral da
organização.O desenvolvimento foi o principal tema dos debates deste
ano, motivados pela iminência do fim do prazo para o cumprimento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em 2015.
"Nós somos os únicos responsáveis por encontrar um terreno comum. E
com as direções e os pontos de referência definidos nesta semana, cabe a
nós identificar nossa agenda comum e avançar sobre ela. Nós somos
responsáveis pela implementação da ação, trabalhando para criar uma
agenda de desenvolvimento pós- 2015", disse Ashe.
"A agenda de desenvolvimento pós-2015 será um dos projetos mais
ambiciosos da ONU até o momento, em que todas as nações serão chamadas
para estimular ações com a meta de ajudar o mundo a viver de acordo com
nossas promessas para acabar com a pobreza, educar as crianças,
capacitar as mulheres e prestar serviços de saúde para todos", explicou o
representante do Camboja, Kosal Mar.
O tema foi citado por representantes de diversos países, tanto
desenvolvidos quanto em desenvolvimento, que ressaltaram a importância
do papel da ONU para lidar com os desafios globais e manter a paz. Na assembleia, também foram discutidos temas polêmicos, como a resolução doConselho de Segurança para a Síria e a reforma desse conselho.
"Em um mundo globalizado, com mudanças dramáticas de poder e
influência, uma ONU forte é mais relevante do que nunca. Precisamos da
ONU, com a sua legitimidade única e a sua filiação universal que possa
contribuir com soluções comuns para os desafios globais, que reflita o
dinâmico cenário político, por meio de um Conselho de Segurança
reformado", disse o representante da Dinamarca na ONU, Ib Petersen.
O representante da Dominica, Vince Henderson, reclamou da morosidade
dos programas de combate à pobreza, que, em muitos países, segundo ele,
são a única esperança do povo. "Se a principal vocação das Nações Unidas
é a manutenção da paz e da segurança internacional, é óbvio que esses
objetivos só podem ser alcançados de forma duradoura se a extrema
pobreza e a miséria não forem mais solo fértil para todos os tipos de
instabilidade em nossas sociedades", concordou o representante do Togo,
Kodjo Menan.
"Desejamos ver a ONU assumir um papel mais ativo na luta contra os
desequilíbrios, na mediação e na resolução de conflitos internacionais. A
luta contra a pobreza, contra as injustiças e a maior disseminação do
conhecimento deve, a nosso ver, ser motivo de preocupação permanente
para a nossa organização, a fim de garantir que todos os povos possam
atingir um nível satisfatório de desenvolvimento e dignidade", explicou o
representante de São Tomé e Príncipe, Carlos Filomeno Agostinho das
Neves. (ONU)
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