A ex-ministra Marina Silva lamentou a decisão do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) de rejeitar o registro partidário à Rede
Sustentabilidade, mas afirmou que o grupo político tem os principais
requisitos para ser um partido - como representação social, contar com
um programa e atuar com ética. "Podemos não ter o registro legal, mas
temos o registro moral", afirmou.
O TSE rejeitou nesta quinta-feira, 03, por 6 votos a 1, o pedido de
criação da legenda por falta de assinaturas necessárias e exigidas pela
legislação. Apesar do revés, ministros afirmaram, em seus votos, que
Marina ainda pode disputar as eleições por outra legenda e elogiaram o
discurso e a postura dos apoiadores da nova legenda. A "janela"
desencadeou uma reação de pelo menos sete partidos, que ofereceram suas
legendas à ex-senadora.
Após uma longa reunião com mais de 20
aliados na madrugada desta sexta-feira (4), a ex-senadora se limitou a
comentar o que foi debatido no encontro. "Queremos uma construção que
coloque em primeiro lugar a coerência", disse, de acordo com o jornal "O
Globo".
Ainda de acordo com a publicação, durante o encontro
foram apresentadas várias legendas para que Marina possa ingressar na
disputa presidencial. Dos partidos citados, PPS e PEN ganharam força na
discussão.
Marina afirmou que a Rede está vitoriosa e que seu "plano A" de
fundar o partido continua. Questionada se vai se candidatar por outra
legenda para disputar a Presidência no ano que vem, disse que vai
discutir com os integrantes da Rede e só anunciará qualquer
posicionamento sobre o futuro eleitoral nesta sexta-feira, 05.
Ela voltou a reclamar da atuação dos cartórios que invalidaram 95 mil
assinaturas da Rede sem apresentar justificativa. Disse que tal atitude
foi "deliberada". A ex-ministra afirmou que o julgamento virará um
"case" para os estudiosos do direito. Apesar de rejeitarem a criação da
Rede, ministros do TSE sugeriram um caminho para a ex-senadora, que
obteve cerca de 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010.
"Não falta partido para quem quer concorrer às eleições", afirmou o
ministro Otávio de Noronha. "Gostaria muito que esse partido pudesse
receber o deferimento, mas como juíza não tenho como deixar de
acompanhar a relatora (e rejeitar o pedido de criação do partido)",
disse a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.
Voz das ruas
O potencial eleitoral de Marina cresceu com as manifestações de
junho, já que a ex-ministra tem discurso afinado com as bandeiras
encampadas por manifestantes e é considerada uma política sem os vícios
criticados nos protestos. Nas últimas pesquisas de intenção de voto,
Marina aparecia na segunda colocação para o pleito presidencial de 2014,
atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.
No julgamento desta quinta-feira, prevaleceu entre os ministros o
entendimento de que o partido não poderia ser criado sem as 491 mil
assinaturas de eleitores. Marina Silva acusava os cartórios eleitorais
de rejeitarem aproximadamente 95 mil assinaturas sem justificativa. Com
esses apoios, a legenda teria o apoio exigido pela lei. No entendimento
dos ministros, cabia ao partido demonstrar a lisura dessas assinaturas. AE
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