A Comissão de Ética da Presidência da República pediu esclarecimentos ao
ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), sobre denúncias de que montou
esquema para desviar recursos de uma ONG para filiados ao seu partido. A
informação foi revelada pelo Estado. O conselheiro da comissão de ética
Mauro Menezes, afirmou que "se trata de uma abordagem antes de uma
eventual abertura de processo" contra o ministro.
O ex-dirigente da juventude do PDT de Santa Catarina, John Sievers
Dias, contou ao jornal que, a mando do ministro, recebeu em 2008
"salário" da Agência de Desenvolvimento do Vale do Rio Tijucas e Rio
Itajaí-Mirim (ADRVale) para trabalhar para a Universidade Leonel
Brizola, um braço da fundação política do partido. "Sou um coordenador
fantasma...Eles só pagavam o meu salário...Eu imaginava que não era
coisa boa, uma empresa que presta serviço para o Estado estar me
pagando, mas quem iria confrontar o Maneca (como os pedetistas chamam o
ministro)?", afirmou Sievers. O ministro é presidente do PDT em SC.
Relatório da Controladoria Geral da União (CGU), revelado pelo
jornal, comprovou que o ex-dirigente foi contratado pela ONG, além de
outros pedetistas. Segundo o relatório da investigação, a entidade não
demonstrou que eles trabalharam. Entre os supostos "fantasmas" está o
irmão do atual chefe de gabinete do ministro, Rodrigo Minoto, que foi
assessor da mulher do ministro quando ela era secretária em Santa
Catarina e, segundo John, também sabia do esquema com a ADRVale.
O jornal revelou ainda que a Polícia Federal também apura o caso e
deve intimar Sievers para depoimento. O Ministério do Trabalho não se
pronunciou hoje. O ministro já negou ao jornal envolvimento com desvio
de recursos da entidade. A advogada da ADRVale, Ana Helena Boos, disse
que todas as pessoas que constam como contratadas pela ONG trabalharam. AE
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