O encontro, que começou com mais de uma hora de atraso, voltou a ser marcado por críticas as atuais alianças do governo da presidente Dilma Rousseff. Já na fase de apresentação dos candidatos, Markus Sokol, que está no partido desde a sua fundação, afirmou que a atual direção do partido "se omite em questões cruciais". "Não podemos continuar com uma direção que silencia. Que novamente silenciou quando o governo começou a fazer o leilão de Libra", criticou. Sokol voltou a chamar de "sabotador" o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), que segundo ele, agiu contra o plebiscito da reforma política, proposta por Dilma após as manifestações de junho.
Renato Simões também criticou a atuação do partido em relação às respostas dadas aos protestos de junho e disse que o PT abandou sua origem, já que é uma sigla que nasceu "articulando diálogos com a massa". "Precisamos recuperar a autonomia do PT em relação ao governo e aos movimentos sociais", disse.
Serge Goulart também usou os protestos para pautar suas críticas ao atual comando do PT. Segundo ele, "as jornadas de junho desvendaram que milhões de brasileiros não se sentem representados por ninguém". "As massas estão em franca ruptura com o nosso partido", reforçou, criticando ainda o que chamou de "enorme agenda de privatizações do governo Dilma", citando também o leilão de Libra. Goulart defendeu ainda a ruptura com partidos que "governam para manter privilégios da classe burguesa". "Sem isso não ha saída para o PT", avaliou.
Valter Pomar elogiou o governo da presidente Dilma, mas ponderou que o partido precisa mudar de estratégia. "Temos uma trajetória muito valiosa para o País, fazemos avaliação positiva do governo Lula e também do governo Dilma, mas para o PT ter um grande futuro, defendemos que o PT precisa mudar de estratégia", afirmou, citando a necessidade de reformas estruturais, políticas, tributárias, entre outras.
Também com um tom de reconhecer os feitos do passado, mas com críticas ao atual comando da legenda, Paulo Teixeira afirmou que o PT tem que ser o partido da mudança e que a sigla tem modificar a sua forma de agir. "A atual direção é presidencialista e dialoga com o partido através da imprensa", afirmou. Segundo ele, o ex-presidente Lula reuniu-se diversas vezes com a executiva nacional e agora, no governo Dilma, a reunião com o governo se dá "somente através de seu presidente", Rui Falcão.
Atual mandatário do partido, Falcão aproveitou seus minutos iniciais do discurso para saudar dirigentes presentes no debate e exaltar o processo eleitoral petista, o qual considera "rico". Falcão disse que as críticas feitas pelos adversários são "vistas como um momento de reflexão". "Quando as críticas se dão no campo das ideias nos ajudam a retificar e mudar caminhos", afirmou. Falcão falou ainda que espera que o partido ajude a presidente Dilma a fazer um "excelente segundo mandato, da mesma forma que o ex-presidente Lula fez", completou. O dirigente petista reconheceu que é preciso ter uma relação mais próxima com os movimentos sociais, "por conta das manifestações de junho" e reafirmou a importância das reformas em pauta no governo. AE
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