Setor privado quer assumir dragagem do rio Gravataí

 
          A solução para o problema da falta de dragagem do Rio Gravataí, é a execução do serviço pelos terminais instalados no trecho, de apenas 1,9 km, entre a ponte sobre a BR 116 e a foz junto ao Guaíba. Isto poderia ser feito, sem ônus para os cofres públicos, já que as empresas ali localizadas, se propõem a fazer frente a este investimento, para o qual já aportaram recursos próprios, de cerca de R$ 5,0 milhões.
          Esta foi uma das conclusões do debate promovido ontem (29) pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários  (ABTP) e a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS) no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O evento contou com as presenças de dirigentes de entidades ligadas ao setor de transportes, operadores e empresas usuárias do transporte hidroviário.
          A falta de dragagem, segundo o presidente da ABTP, Wilen Manteli, já está provocando prejuízos de R$ 10 milhões anuais em decorrência da redução da utilização da capacidade de transporte das embarcações na ordem de 25%.
          Esta carga que poderia ser transportada pela hidrovia, caso houvesse a dragagem, acaba por exigir a utilização de maior número de embarcações, ou é deslocada para o frete rodoviário, congestionando ainda mais a BR-116 entre Porto Alegre e Rio Grande, por exemplo.
         Isto porque são necessários 150 caminhões para transportar a carga de uma barcaça, com capacidade para 4.000 toneladas.
          Na avaliação dos promotores do evento, continua a haver um menosprezo pelo modal hidroviário, que constitui prioridade em países desenvolvidos, não obstante o potencial gaúcho no setor, que já contou com 1.200 km de vias navegáveis, e hoje está reduzindo a cerca de 700 km.
          A questão do rio Gravataí, é ilustrativa do que ocorre no sistema hidroviário do Estado, como um todo, que se encontra relegado a um segundo plano há décadas, o que requer imediata ação governamental para o seu aproveitamento como fator de desenvolvimento econômico e social, conclui Wilen Manteli.
          A abertura do debate foi feita pelo presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Hilário Pires que destacou a importância da reativação do transporte pelos modais hidro e ferroviário como forma de reduzir o custo logístico do Estado, aumentando com isto a competitividade dos produtos gaúchos nos mercados nacional e externo.
          Já o Eng. Francisco Bragança, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH/UFRGS) afirmou que o grande desafio para a solução do problema da navegabilidade do rio Gravataí reside na melhoria da gestão do mesmo.
        Destacou que o equacionamento passa por uma nova governança que inclui a atuação sobre aspectos que abrangem desde a retirada de água do rio para irrigação de lavouras e para abastecimento humano, até o lançamento de esgotos residenciais e industriais in natura no seu leito que totalizam respectivamente 19 mil e 3 mil toneladas ano. (Todt)

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