Genebra – O conflito na República Centro-Africana já provocou cerca
de 1 milhão de deslocados, metade dos quais na capital Bangui, estimou
hoje (3) a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a
“dramática” situação humanitária no país.
Segundo o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur), Babar Baloch, “o número de pessoas deslocadas dentro
do país já ultrapassou 935 mil”, como resultado do conflito que matou
mais de mil pessoas apenas no mês passado. “Cerca de 60% dos deslocados
são crianças”, disse o porta-voz do Acnur.
Baloch ressaltou que o clima de insegurança vindo dos ataques contra
civis e os saques na República Centro-Africana tornam cada vez mais
difícil o trabalho de ajuda humanitária, especialmente os de
necessidades urgentes. Em Bangui, os combates entre o grupo Séléka, com
origem na minoria muçulmana e as milícias de autodefesa cristãs
denominadas Anti-balaka provocaram mais de 500 mortos desde o dia 5 de
dezembro.
Com 4,5 milhões de habitantes, a República Centro-Africana, um país
pobre mas rico em recursos, mergulhou no caos desde o golpe de Estado de
março passado organizado pela coligação rebelde Séléka que afastou do
poder o presidente François Bozizé.
A onda de violência na capital começou quando as milícias
Anti-balaka, partidárias de Bozizé, lançaram uma ofensiva com artilharia
pesada. O exército respondeu aos ataques com o apoio ao grupo Séléka,
derrubando Bozizé e declarando o líder do movimento, Michel Djotodia,
como o novo presidente do país.
Um total de 1.600 soldados franceses e cerca de 4 mil soldados de
paz africanos tentam restabelecer a ordem e restaurar a segurança na
antiga colônia francesa. Desde março passado, 75 mil cidadãos da
República Centro-Africana fugiram para a República Democrática do Congo,
República do Congo, Chade e Camarões, onde se estima que o número de
refugiados seja de 240 mil. Lusa
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