Presidente da república, governadores e prefeitos que desejarem
disputar a reeleição podem ter que se afastar do cargo. Isso é o que
prevê a proposta de emenda à Constituição (PEC) 48/12, de autoria da
senadora Ana Amélia (PP-RS), aprovada nesta quarta-feira (26), pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Hoje, a licença já é obrigatária para os candidatos que vão concorrer
a um cargo diferente do que ocupam. Por isso, caso o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),decida concorrer à presidência da
República, terá que se licenciar em abril, seis meses antes das
eleições.
Antes de virar realidade, a proposta, que divide opiniões entre os
parlamentares, ainda tem um longo caminho pela frente. Precisa ser
apreciada pelo plenário do Senado, em dois turnos, além de passar pela
Câmara dos Deputados.
Inicialmente, o projeto previa o afastamento de presidente,
governadores e prefeitos que pleiteiam a reeleição, quatro meses antes.
Mas o texto aprovado, modificado pelo relator da proposta, Luiz Henrique
(PMDB-SC), estabelece que a licença ocorra "a partir do primeiro dia
útil após a homologação da candidatura". Ou seja: depois das convenções
dos partidos, realizadas em junho.
Segundo a proposta, os vices que não estiverem na chapa à reeleição e
os presidentes do Legislativo ou do Judiciário ocupariam os cargos, em
caso de licença do titular. Se a regra já estivesse valendo hoje, e a
presidenta Dilma Rousseff fosse candidata à reeleição, por exemplo, o
vice-presidente Michel Temer, desde que não estivesse na chapa de Dilma,
assumiria a vaga.
No caso de Temer continuar candidato a vice na chapa de Dilma, o
próximo na sucessão seria o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Se Alves fosse candidato, o próximo seria o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se Calheiros se candidatasse ao
governo alagoano, por exemplo, a vaga seria preenchida pelo presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
"Se o nosso interesse é garantir a transparência do pleito, temos que
ter coragem de votar o fim da reeleição. Aqui, estamos estabelecendo
uma renúncia obrigatória, e diante da falta do titular, vamos criar uma
insegurança jurídica",disse o líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), um dos cinco que votaram hoje contra a proposta.
Para a autora da proposta, senadora Ana Amélia, a permanência de
chefes do Executivo no cargo durante a campanha à reeleição "tem sido
fator de desequilíbrio nas disputas eleitorais". Ela ponderou que "todo
um sistema de regras foi criado para tentar coibir o uso da máquina do
governo nas campanhas, por parte de prefeitos, governadores e do
presidente da República, sem sucesso aparente". ABr
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