A comissão externa aprovada pela Câmara dos Deputados para acompanhar
as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da
Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore foi instalada nesta manhã
com a presença do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Coordenador da comissão, o terceiro-secretário da Mesa, Maurício
Quintella Lessa (PR-AL), acredita que o grupo poderá auxiliar os
trabalhos da CPI que a oposição tenta instalar para investigar denúncias
contra a Petrobras.
"A comissão pode ajudar a
CPI, que ainda vai demorar mais 15 dias para as indicações dos nomes,
mais 15 dias para votar requerimentos, então, neste um mês de trabalho
podemos ajudar", disse Lessa.
Ele afirmou que pretende
trabalhar em parceria com a CPI porque ela tem poderes de convocação e
de quebra de sigilo, algo que a comissão externa não tem. A primeira
reunião do grupo ocorrerá na próxima terça-feira, 8, e os trabalhos
começarão com a requisição no Brasil de investigações e auditorias
promovidas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público,
Controladoria-Geral da União e a própria Petrobras. Apenas numa fase
posterior os integrantes irão à Holanda.
Para o
coordenador, pelo fato de a holandesa SBM dizer que não encontrou
indícios de pagamentos a funcionários da Petrobras, o caso deve
continuar sob investigação. "Normalmente quem é acusado nega. A comissão
está aí para seguir o caminho do dinheiro", disse. Ele não descarta
ampliar o foco se, durante os trabalhos, forem recebidas informações
sobre outros casos, como o da compra da refinaria de Pasadena, no Texas.
"O nosso escopo é restrito à Holanda, mas é pacífico no STF que uma
CPI, quando encontra outro fato, pode investigar. O mesmo vale para a
comissão", afirma.
Apesar de ser da base aliada, Quintella é
um dos autores do primeiro pedido de CPI para investigar a Petrobras no
ano passado. A comissão tem ainda três integrantes da oposição, Carlos
Sampaio (PSDB-SP), Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini
(SDD-PR). O PMDB indicou para a comissão Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), da
ala rebelde do partido que tem enfrentado o Planalto.
O
PT indicou Luiz Alberto (BA), o PP escalou Mário Negromonte (BA), o PSD
optou por Paulo Magalhães (BA) e o PR por Anthony Garotinho (RJ). Com
essa composição, a expectativa é de disputa acirrada pelo direcionamento
de investigação, mas a oposição acredita que terá maioria para ir atrás
das informações do caso. AE
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