O Peru impôs embargo temporário de 180 dias à carne bovina brasileira devido a um caso
de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como
doença da vaca louca, em uma unidade do Frigorífico JBS/Friboi em Mato
Grosso. A informação é do Ministério da Agricultura do Brasil.
Segundo
a pasta, uma missão técnica irá ao Peru na próxima semana para dar
explicações sobre o caso. O ministério argumenta que foi feito um
trabalho rigoroso pelo sistema de vigilância sanitária e houve
comunicação a todos os organismos internacionais.
De acordo com o
Ministério da Agricultura, as importações da carne brasileira pelo Peru
representam apenas 0,1% das exportações brasileiras, e os itens
vendidos ao país são basicamente miúdos.
No último dia 2, o
Ministério da Agricultura informou ter recebido do laboratório de
referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a confirmação da
doença, mas ainda falta saber se o é um caso atípico ou um caso clássico. O laboratório, que funciona na Inglaterra, deve encaminhar o diagnóstico amanhã (9), segundo o ministério.
Exames
realizados no Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco
concluíram que é um caso atípico, quando a doença surge de forma
esporádica e espontânea e não está relacionada à ingestão de alimentos
contaminados. O caso clássico, o mais perigoso, envolve contaminação por
intoxicação alimentar e, segundo o ministério, não há indícios de que
isso tenha ocorrido.
Para confirmar que o caso é atípico, foram
identificados 49 animais nascidos um ano antes e um ano depois do
registro do caso da vaca louca. Mas as amostras de todos deram negativo
para a doença. O resultado faz o ministério acreditar que a vaca
contraiu a doença por velhice e não por intoxicação.
Segundo o JBS/Friboi,
a carne não chegou a entrar no mercado de consumo. A doença da vaca
louca é causada por uma proteína chamada príon, que pode ser transmitida
a bovinos e caprinos quando alimentados com ração de farinha contendo
carne e ossos de animais contaminados. Além de causar a morte dos
animais, a EEB pode infectar seres humanos.
No ano passado, após a
confirmação de um caso de doença da vaca louca em um animal morto em
2010 em Sertanópolis (PR), vários países suspenderam a compra da carne
brasileira, embora também se tratasse de EEB atípica.
A OIE não
alterou a classificação de risco do Brasil para a doença, que continua
insignificante. Os países que deixaram de comprar carne foram o Japão, a
China, o Peru, o Líbano, a Coreia do Sul, Arábia Saudita, África do
Sul, Ilha de Taiwan, a Jordânia e o Chile. ABr
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