Última charge de cartunista francês morto citava possibilidade de atentado

A última charge do cartunista e editor Stéphane Charbonnier publicada na última edição da revista satírica francesa Charlie Hebdo, foi assustadoramente profética. O desenho trouxe o título "Ainda não houve ataques na França" e mostrou um militante islâmico dizendo: "Espere! Ainda temos até o fim de janeiro para apresentar nossos votos", em uma alusão aos desejos de Ano Novo.
Charbonnier, ou Charb, seu nome artístico, foi uma das 12 vítimas do ataque. Ao todo dez funcionários da revista foram mortos, além de dois policiais.
Em 2011, a revista já havia sido alvo de um ataque. Na época, Charb disse: "Isso me mostra que estamos certos em publicar a revista, em desafiar os (extremistas) islâmicos e dificultar a vida deles assim como eles dificultam a nossa. Isto (referindo-se ao atentado) é o ato de extremistas idiotas, certamente não de todos os muçulmanos que moram na França. É um ataque contra a liberdade."
Figuras da política e da religião eram os protagonistas da maioria das capas do semanário de humor "Charlie Hebdo". Não apenas Maomé, mas também Jesus Cristo, os papas Francisco e Bento XVI, cardeais do Vaticano, ativistas do Fêmen e o presidente francês François Hollande foram retratados de forma cômica na primeira página.
Nesta quarta-feira (7), terroristas fizeram um atentado contra a redação que matou 12 pessoas, entre elas quatro cartunistas da publicação famosos na França e também fora do país. Segundo relatos, eles teriam gritado "vingamos o profeta", o que pode significar que o ato foi motivado pelas sátiras do semanário com a figura do profeta islâmico Maomé.
A capa da edição desta semana do "Charlie Hebdo" traz uma caricatura do escritor francês Michel Houellebecq. Seu último livro, "Submissão", tem como cenário uma França governada por um presidente muçulmano. "Em 2015, eu perco meus dentes. Em 2022, eu faço o Ramadã", diz o escritor no desenho, em referência ao ato religioso realizado pelos seguidores do Islamismo. G1
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