Cunha exonera diretor do Cenin e manda investigar requerimentos suspeitos

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou hoje (28) a exoneração do diretor do Centro de Informática (Cenin) da Casa, Luiz Antonio Eira. Como Eira é servidor efetivo, ele perde o cargo, mas continua como funcionário da Câmara. A exoneração ocorreu após publicação de reportagem no jornal Folha de S. Paulo de hoje, que mostra registros eletrônicos da Câmara nos quais aparecem dois requerimentos de 2011, suspeitos no esquema de corrupção na Petrobras. Cunha nega ter sido o autor dos requerimentos.
Eduardo Cunha determinou que a Polícia Legislativa investigue a associação do seu nome aos dois requerimentos de informação ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério de Minas e Energia sobre os contratos entre as empresas Mitsui e Petrobras. Os requerimentos foram apresentados pela ex-deputada do Rio de Janeiro, Solange Almeida, que hoje é prefeita de Rio Bonito (RJ).  A reportagem do jornal paulista apresentou documentos que teriam sido elaborados em 2011, no gabinete do atual presidente da Câmara, e serviram de base para os dois requerimentos.
De acordo com Eduardo Cunha, a divulgação dos documentos pode ter sido uma espécie de reação a medidas administrativas adotadas recentemente na Câmara para o cumprimento da jornada de 40 horas semanais de trabalho. Cunha evitou acusar algum setor da instituição de ter manipulado os dados. Ele questionou também o fato de ser ele o único deputado cujo nome aparece como autor em documentos dessa natureza. “Mandei verificar e, num universo de várias dezenas de documentos word não apareceu o nome de nenhum parlamentar [indicando a autoria do texto], só o meu; os outros não têm [registro]”, disse Cunha.
A exoneração do diretor do Cenin foi justificada por conta de uma “quebra de confiança”,  pelo não cumprimento da carga horária de servidores do setor.  Cunha disse que demitiu o diretor porque a área de informática não estava cumprindo a carga horária exigida pela Casa. “Essa mudança na carga horária resultou numa revolta. O pessoal não estava cumprindo a carga horária, e eu determinei o ponto eletrônico, a mudança da carga horária na quinta-feira (16), e de repente – 24, 48 horas depois – aparece o documento", ressaltou Cunha.ABr
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