Paralisação afetará comércio e serviços em Porto Alegre nesta sexta

A paralisação nacional marcada para esta sexta-feira deve afetar diversos serviços e prejudicar o comércio em Porto Alegre. Muitos sindicatos confirmaram a adesão ao movimento, entre eles, rodoviários, bancários, metroviários, professores de ensino privado e de escolas públicas, policiais militares, policiais civis e outras categorias do funcionalismo público. Os trabalhadores vão se concentrar em pontos da região central da Capital e caminharão, entre 12 e 13h, até o Palácio Piratini, sede do governo do Estado.

Os pleitos são os mais variados. Cada categoria erguerá sua bandeira, mas a maioria se posicionará contra o projeto de lei 4330, que regulamenta a terceirização, em apreciação no Senado. Outros enfatizarão os prejuízos provocados pelos ajustes fiscais propostos pela União e as desvantagens dos cortes de gastos do governador José Ivo Sartori. As centrais também reivindicarão a revogação das medidas provisórias 664 e 665, que criaram novos critérios de acesso ao seguro-desemprego, à pensão por morte e ao abono salarial. Melhores condições de trabalho, fim do fator previdenciário, ampliação de quadros pessoais e reajustes salariais são outras demandas.

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CUT e Cpers/Sindicato informam os trabalhadores para se concentrarem pela manhã em frente à Fecomércio. Dali, seguirão em caminhada até o Banco Central, na avenida Alberto Bins, seguindo à Praça da Matriz. Para o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor, esse ato superará o promovido em 15 de abril. “A receptividade das pessoas é positiva. Elas estão compreendendo melhor o impacto desses projetos que retiram direitos dos trabalhadores.”

A Associação dos Policiais Militares do RS fará concentração no Largo Glênio Peres, às 9h de amanhã. A Abamf, que representa os servidores de nível médio da BM, deve reunir a categoria às 11h, na Mauá. O Sinpol vai denunciar a falta de efetivo e as más condições de trabalho.

Garagens devem ficar livres
A 8º Vara do Trabalho de Porto Alegre deferiu ação judicial protocolada nessa quarta pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa). O interdito busca amparar os rodoviários que desejam cumprir os itinerários normalmente amanhã.

A paralisação da categoria não foi proibida, mas o Sindicato dos Rodoviários está impedido de obstruir as garagens, sob pena de multa de R$ 20 mil e uso da força policial. O coordenador jurídico do Seopa, Alceu Machado, disse que, até ontem à tarde, as empresas não haviam sido informadas formalmente pelos rodoviários da paralisação. “Não sabemos se terá um número mínimo de veículos circulando”, afirmou.

A expectativa do diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, é que haja uma frota em circulação. “Não existe estratégia que possa dar opção para 1 milhão de usuários, então pedimos que a população procure carona com amigos ou colegas”, disse.

Rodoviários esperam adesão total

O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre estima que nenhum ônibus sairá das garagens nesta sexta-feira, como parte do Dia Nacional de Paralisação. Na manhã de ontem, representantes da entidade distribuíram panfletos nos terminais Parobé e Ruy Barbosa, no centro de Porto Alegre. Outros grupos conversaram com motoristas, cobradores e a população nos corredores das avenidas Farrapos, João Pessoa, Osvaldo Aranha e terminais Cairu e da linha T6, na zona Norte. Os materiais estampavam a frase “Diga não à volta da escravidão”.

O objetivo das ações era garantir a mobilização dos rodoviários e informar a população sobre os motivos da paralisação. “Acreditamos que haverá uma adesão de 100% da nossa categoria”, informou o diretor do sindicato, Vilson de Souza Henrique. Como há preocupação dos porto-alegrenses em relação à disponibilidade do serviço amanhã, a ideia foi distribuir os panfletos com as informações.

“Só poderemos ter o país que queremos a partir da pressão popular”, ressalta Henrique, referindo-se ao projeto que amplia as terceirizações e às medidas provisórias que dificultam a concessão do auxílio-doença, pensão por morte, abono salarial e seguro-desemprego.

Sindilojas prevê prejuízos

O Sindilojas Porto Alegre informou que é contrário às paralisações de amanhã. Para o presidente da entidade, Paulo Kruse, os atos prejudicam todos os setores. “Já estamos passando por um ano difícil, e situações como essas são mais um entrave ao desenvolvimento”, avaliou.

Para o assessor jurídico do Sindilojas, Flávio Obino Filho, tanto empregados quanto empregadores devem somar esforços nesse momento. O advogado lembrou que, legalmente, a dificuldade no transporte coletivo não é causa para justificar a falta. “A regra geral é o desconto não só do dia de trabalho como também do repouso semanal remunerado”, disse.

O ideal, salientou, é que sejam ajustadas condições para o período excepcional. Ele recomenda o uso de caronas coletivas ou transporte especial e tolerância a atrasos. “A palavra de ordem é o bom senso”, afirmou.

Trabalhadores da saúde

O presidente do Sindisaúde, Arlindo Ritter, disse que os funcionários ligados aos hospitais vão se concentrar no Hospital de Clínicas amanhã. O Dia Nacional de Paralisação também recebe apoio da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado e sindicatos dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RS, da Associação dos Servidores da Ufrgs, dos Servidores da Justiça e dos Servidores Públicos.

Brigada Militar em alerta
A paralisação vai deixar a Brigada Militar em alerta em Porto Alegre. Conforme o titular do Comando de Policiamento da Capital, tenente-coronel Mário Yukio Ikeda, haverá policiais reservas de prontidão. Entre as atribuições do contingente estará a garantia de segurança nas garagens das empresas de ônibus. “Se houver motoristas que quiserem sair, vamos garantir que trabalhem.”

Ações amanhã:

Aeroviários: Decidiram em assembleia que acompanharão o Dia Nacional de Paralisação promovendo ato no Aeroporto Salgado Filho. A atividade deve começar às 6h e se estender até as 10h. O diretor do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Osvaldo Rodrigues, avisou que os serviços de embarque e desembarque serão afetados no período. “Somos contra o projeto da terceirização, especialmente quanto à questão da atividade-fim. O nosso ato também vai ser contra a privatização do Salgado Filho.”

Metroviários: A partir da meia-noite de hoje, os trens deixam de circular na Região Metropolitana. A decisão foi tomada, por unanimidade, no Sindicato dos Metroviários. O presidente Luís Henrique Chagas acredita na adesão total. A Trensurb, em nota, disse que não medirá esforços para manter o serviço. Buscará a intermediação do Ministério Público do Trabalho.

Bancários: O sindicato, que abrange Porto Alegre e outros 13 municípios da Região Metropolitana, orienta os bancários a paralisarem as atividades. A concentração será ao meio-dia em frente à Fecomércio, na avenida Alberto Bins. Reunidos com outras categorias, caminharão até o Palácio Piratini. “Os trabalhadores estão mobilizados e mostraram que estão prontos para lutar pela manutenção de direitos”, avaliou o presidente do sindicato, Everton Gimenis.

Professores: A concentração do Cpers começará às 11h. Ao meio-dia, a categoria soma-se à mobilização em frente à Fecomércio. O Sinpro/RS convocou os docentes a participarem dos protestos. Na Rótula do Papa, na Erico Verissimo com a José de Alencar, haverá encontro da categoria, às 10h. Dali, seguem até o Piratini. O Sinepe/RS orienta que as instituições avaliem as condições de sua localidade para decidir sobre o funcionamento das aulas. (Correio do Povo)
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