Em Porto Alegre, deputado Jean Wyllys defende projeto de legalização da maconha

O deputado federal Jean Wyllys (PSol) participou de um debate na manhã desta segunda-feira na Assembleia Legislativa gaúcha com o tema “Legalizar as drogas ajuda a combater a violência?”. Wyllys é autor de um projeto de lei (PL 7270) que pretende legalizar e regulamentar a venda e consumo de maconha. O projeto visa permitir tanto a venda comercial quanto o cultivo da planta – esta última modalidade tem como objetivo impedir o tráfico em paralelo à comercialização.

O deputado defende que a atual política de guerra às drogas só serviu para prender e matar pessoas, sem reduzir o consumo. Ainda segundo Wyllys, os tributos gerados a partir da venda de maconha serviria para centros de tratamento para pessoas que fazem uso abusivo e não recreativo da erva.

“A guerra às drogas que foi empreendida nos últimos anos como política de estado está falida. Só serviu para encarceirar pessoas – já somos a quarta população carcerária do mundo – e para matar pessoas, pois mais de 30% dos homicídios produzidos no Brasil (por ano) correspondem à guerra às drogas. E ela ainda não se distribui de forma igualitária sobre o território, ela está presente nas periferias, onde a maconha é vendida no varejo, e são os traficantes de varejo que estão morrendo. Essa guerra às drogas é inócua, tem custo social e econômico muito grande e não reduziu o consumo. Está na hora de oferecermos uma nova política de drogas. Pelo projeto, essa tributação vai ser revertida para centros de tratamento de pessoas que façam uso abusivo, problemática, porque nem todo mundo faz uso recreativo”, disse o parlamentar.

O deputado ainda criticou as decisões dos legislativos do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre que, na última semana, retiraram os debates sobre gênero das leis que implantaram os planos de educação do Estado e do município. No Congresso Nacional, o assunto de gênero também ficou de fora do Plano Nacional de Educação. Segundo Wyllys, embora a lei aprovada tenha retirado os termos envolvendo gênero, a diversidade continuará existindo nas escolas, obrigando os professores a lidarem com o tema.

“Eles triunfaram na lei, mas existe o texto da lei e a vida. A escola vai continuar sendo um espaço diverso e de conflito. A escola continuará tendo travestis, transsexuais, pessoas sem gênero, homossexuais. Embora o texto da lei tente eliminar essa diversidade, ela vai estar presente lá e os professores vão ter que lidar com ela. Me parece que está havendo uma epidemia de burrice: que as pessoas não compreendem que a ideologia de gênero – para usar o termo que eles estão usando – já está posta e é a ideologia da dominação masculina. O que a gente quer é equidade de gênero”, defendeu Wyllys.

No início da tarde, o deputado federal recebeu, por iniciativa da bancada do PSol na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a homenagem da Comenda Porto do Sol. Durante a tarde, Wyllys participará de debate sobre outra de suas bandeiras: a realização do parto humanizado – tema que tem oposição da maior parte das entidades médicas. (Correio do Povo)
Share on Google Plus

About Jornalista Valéria Reis

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário