Além do salário dos servidores, outro setor afetado pela falta de dinheiro do governo do Rio Grande do Sul é a saúde pública. Já são mais de R$ 212 milhões em dívidas com as santas casas e hospitais beneficentes e filantrópicos do estado. Após uma reunião na manhã desta segunda-feira (24) no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori autorizou a abertura de linhas de crédito junto às instituições financeiras.
Os 245 hospitais filantrópicos devem estar com os recursos em caixa em até 40 dias, segundo o secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis.
"São em torno de R$ 210 milhões que vamos garantir às instituições bancárias o pagamento por conta da Secretaria da Saúde", afirmou Gabbardo em entrevista ao Jornal do Almoço (veja o vídeo acima).
De acordo com o secretário, os hospitais devem contratar o empréstimo com juros subsidiados, aos mesmos praticados pelo Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados, sem fins lucrativos e Hospitais Públicos (Funafir), e o estado garante o pagamento. A quitação do financiamento será em 36 parcelas – de janeiro de 2016 a dezembro de 2018. O estado criará um incentivo para cobrir o custo do financiamento.
"Vamos criar um incentivo a ser repassado a cada hospital correspondente ao valor de cada financiamento. De maneira que o hospital possa receber de forma antecipada tudo aquilo que está sendo devido. E o estado vai pagar em 36 parcelas", explicou.
O presidente da presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filatrópicos, Francisco Ferrer, disse que a medida vai ajudar a "amenizar" a crise nos hospitais. "Nós temos uma avaliação extremamente positiva dessa reunião com o governo do Estado, com o governador, com o secretário Gabbardo. Sem dúvida, vem ao encontro daqulo que os hospitais necessitam para minimizar a dificuldade financeira das instituições", afirmou.
Crise faz comunidade se mobilizar
Em Cruz Alta, a comunidade resolveu ajudar, criando uma campanha para incentivar doações, na tentativa de amenizar a crise do Hospital São Vicente de Paulo (veja o vídeo). A dívida é de R$ 3 milhões. Falta dinheiro para comprar material de higiene, comida e para pagamento de pessoal.
Em Cruz Alta, a comunidade resolveu ajudar, criando uma campanha para incentivar doações, na tentativa de amenizar a crise do Hospital São Vicente de Paulo (veja o vídeo). A dívida é de R$ 3 milhões. Falta dinheiro para comprar material de higiene, comida e para pagamento de pessoal.
Por isso, moradores resolveram ajudar. Instituições e empresas da cidade lançaram uma campanha para arrecadar doações e até mesmo dinheiro. O hospital já começou a receber alimentos, produtos de limpeza, cobertores e também materiais pra fazer pequenas reformas.
“Graças a Deus, com a ajuda da comunidade, o hospital segue atendendo normalmente”, diz o diretor-administrativo Fernando Branco.
Ainda no interior, a dívida do governo com a Santa Casa de Rio Grande, no Sul do estado, é ainda maior. O governo deve R$ 8,4 milhões ao hospital, valor que deveria ter sido repassado nos últimos quatro meses.
Desde abril, é a Prefeitura de Rio Grande quem faz a gestão da Santa Casa. Depois de uma reunião, na semana passada, o estado disse que não tem previsão para quitar o débito. Por isso, é a própria prefeitura quem está custeando os atendimentos.
“O que nós queremos é que o governo do estado repasse diretamente aquele valor que recebe da União, para que a Santa Casa possa honrar o compromisso com os seus trabalhadores, fornecedores e prestadores de serviço”, afirma o prefeito Alexandre Lindenmeyer.
Atendimento também é restrito na capital
Na Santa Casa de Porto Alegre, a crise financeira provocou o fechamento de 42 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) desde maio. Mais de 60% dos atendimentos feitos aqui na instituição são para pacientes do SUS. Além disso, 50 mil consultas foram cortadas.
Na Santa Casa de Porto Alegre, a crise financeira provocou o fechamento de 42 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) desde maio. Mais de 60% dos atendimentos feitos aqui na instituição são para pacientes do SUS. Além disso, 50 mil consultas foram cortadas.
No entanto, a situação pode piorar ainda mais se as contas não forem acertadas até o fim do ano. A ameaça é restringir ainda mais o atendimento se o débito não for quitado. A instituição tem 15 milhões a receber em repasses atrasados.(G1)
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